terça-feira, 13 de março de 2007

Gardiner day



Depois do sucesso esmagador de A Criação, Haydn decide lançar-se na composição de outra grande oratória, de novo sobre libreto de Gottfriedvan Swieten, onde se cruzam como raízes a referência bíblica e o naturalismo pioneiro do poeta escocês James Thompson (+1748). A evocação musical, a um tempo pictórica e sensorial, dos ambientes contrastantes dos quatro tempos do ano lança as bases de muita da música programática e do naturalismo romântico do século XIX. O Iluminismo maçónico, por sua vez, manifesta-se no sublinhar da ordem perfeita da sucessão das estações, metáfora ideal do triunfo da Razão, e na introdução de três personagens rústicos que trazem à partitura vários exemplos de uma inspiração musical popular a evocar Rousseau. (do programa)

Grande concerto, o que os English Baroque Soloists, alinhados pela hábil batuta de Sir John Eliot Gardiner, deram ontem na Gulbenkian. Há dias assim, memoráveis.
Há horas felizes.

Ler Crítico musical