Os rigores da crise não nos deixam pano para mangas e há que cortar em muito sítio para mantermos a compostura e a convicção de que Portugal é um país viável (essa velha questão que, como diria O'Neill, temos com nós próprios). Por outro lado, é indiscutível que um Estado mais magro, mais ágil e mais eficaz deve ser um objectivo de revitalização nacional - não motivado por meros cálculos economicistas -, resultando daí, entre outras coisas, a simplificação burocrática da vida dos cidadãos. Simplificar, cortar e racionalizar em estruturas e meios técnicos e humanos constitui um imperativo reformista fundamental. Mas não se reformam as funções do Estado sem ponderar previamente os critérios a que devem obedecer essas reformas e quando se corre atrás do efeito propagandístico mais imediato para simular mudanças que se limitam a agitar a superfície das águas.
É a opinião de Vicente Jorge Silva. Escreveu-a hoje, no DN. Leiam-no, se estiverem para aí virados.