quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Uma história simples

Aquilo que nos move nesta prática diária de comentar a "espuma dos dias", leva-nos, muitas vezes, a esquecermos o que provoca essa espuma que tenta submergir-nos. Achamos que devemos comentar o que é absolutamente indispensável. Como se isso existisse.
E então é ver-nos falar de cidadania, de eleições, de livros, de música, em resumo, a armarmo-nos em interessantes. Consideramos interessante tudo o que nós próprios achamos e o que os que aqui vêm também poderão achar. Nesta excessiva disciplina que nos impomos, deixamos para trás o que nos incomoda no dia-a-dia.
Ora aqui estou eu a justificar algo que me deveria sair naturalmente. É assim: utilizo o comboio da Fertagus desde que o percurso Lisboa-Setúbal se realiza. Faço quase diariamente esta viagem. Para a ligação ao Chiado uso o Metro. Até aqui tudo bem. O pior é que tanto as carruagens que me trazem de Setúbal, como as que fazem o favor de me colocar na Baixa-Chiado, estão a precisar de uma manutençãozinha.
O lixo viaja connosco com o à-vontade de passageiro. O cheiro já começa a incomodar.
Será que tenho que voltar a vir de carro?
O inferno das bichas na ponte é de novo alternativa?
E pronto. Foi uma história simples. Sem a grandeza das opiniões que classificamos como definidoras de ideias. É, contudo, uma história dos meus dias. Desculpem se incomodei com tão grande banalidade. Mas esta banalidade incomoda-me.
Voltarei a ter desabafos destes. Esperem pela próxima.
JTD