segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Ano Bocage


O meu amigo João Reis Ribeiro, em opinião publicada num jornal da região de Setúbal, interroga-se sobre o que aconteceu e não aconteceu no Ano Bocage. É cedo para um balanço, diz. E aponta os envolvimentos vários e as faltas.
Se houve envolvimentos, não dei por nada. Se calhar defeito meu. Mas mais provavelmente falta de articulação das actividades e amadorismo na divulgação. Não dei por nada eu, nem deram por absolutamente nada muitos dos meus amigos que ainda acreditaram que 2005 poderia muito bem ter sido o ano Bocage - Ícon cultural nacional. Pensarmos que tal não aconteceu parece-me óbvio. Mas culpar as instâncias culturais não resolve nada. O problema é político. Não houve vontade política, ou por ignorância ou por inércia. Das duas uma, ou então as duas em simultâneo. É que ainda estão para nascer, em Setúbal, políticos com vontade de contrariar a inexistência cultural na cidade. A cultura é um entretenimento menor. As acções que promovem, sem concepção de raiz nem alinhamento promocional, não trazem nada de novo. Não passam de actividades frustes sem público nem significado. O João, no mesmo artigo, alimenta a esperança de algo mais substancial acontecer aquando das comemorações do 250º aniversário do nascimento do poeta. A ver vamos. Até lá apetece-me gritar: "É a cultura, estúpidos!".
Boa tarde.
JTD