terça-feira, 15 de novembro de 2005

O criador e a criatura

Santana Lopes não gosta do monumento a Francisco Sá Carneiro que habita o Areeiro. É normal, sendo o antigo primeiro-ministro o seu inventor, calcula-se que não esteja contente com tão pobre homenagem ao seu criador político. Assim, enquanto presidente da Câmara resolveu abrir concurso público para corrigir o acidente urbanístico. O escultor responsável pela obra instalada, Soares Franco, não gostou do procedimento, levando o então presidente a recuar, ou seja, a encomendar-lhe nova peça. Como o que nasce torto tarde ou nunca se endireita, o resultado foi assim como que a emenda pior que o soneto. Das mãos e mente de Soares Franco surgiu uma obra de pendor naturalista, mal proporcionada e tão parecida com Sá Carneiro como eu com Brad Pitt.
A estátua ficou no atelier do seu autor, esperando a oportunidade de ser colocada no local para que foi criada.
Agora é o que se sabe: Uma dívida brutal ao escultor por uma obra que, felizmente, não deverá ver o trânsito da praça. Fala-se em quase 200 mil euros. Li hoje no Público que Carmona diz não conhecer o trabalho mas vai pagar. Os lisboetas preparam-se para pagar mais uma inabilidade de um seu presidente de Câmara. Enfim, santanices. Como se não bastasse a reforma que os portugueses tem que lhe estar a pagar depois da lamentável prestação no governo.
JTD