quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Ok, rendo-me!

Repetidamente ouvimos dizer que são enormidades as críticas dirigidas aos nossos prestimosos autarcas.
É bem certo que somos todos portugueses. Se eles erram é porque o país é culturalmente inferior. Como se isso fosse uma proclamação de independência nacional. Ficou-nos no luso sangue. É uma fatalidade que nos persegue e castiga.
Afinal, que mal há em termos um presidente da câmara da mais importante cidade do país, vidrado na música de José Cid?
E que mal vem ao mundo a rendição do presidente da edilidade setubalense ao canto inspirado de Toy?
A má educação de Valentim Loureiro incomoda? Isaltino não pode ajudar um sobrinho com dificuldades, ainda por cima estando longe, num país estrangeiro? Fátima Felgueiras não confia na justiça, mas há alguém que confie?
Avelino pôs o povo a andar de helicóptero. E então, isso não é porreiro? Ainda por cima, o povo, mal agradecido, traí-o.
Vamos ter que nos habituar. É a nossa sina. A partir de agora há que ser compreensivo com o povo que nos dirige.
Eu vou já começar a alinhar na construção do Poder Local Democrático. Estou ansioso pela reabertura do Parque Mayer. E estou triste porque o engenheiro Carmona disse que tão elevada preocupação cultural, não ia ver a luz do dia no seu mandato. Ora bolas! Assim não vale. Se fosse o Santana, de certezinha que era até ao fim do ano.
Para não perder a embalagem, vou ver se compro uns discos do Cid, do Toy e de outros apoiantes dos presidentes.
Há um disco de Toy que parece que se chama "Só sexo", uau! Dizem os cronistas municipais que é música de "intervenção". A não perder, portanto. E há uma canção de Cid que diz mais ou menos isto: "Como o macaco gosta de banana eu gosto de tiiiiii". Lindo de morrer.
Agora é que eu vou saber o que é a verdadeira cultura.
A Arte anda nas ruas de Portugal.
JTD