Nuno Pêgas refere no PÙBLICO de hoje o que também me incomodou. Já que ele o faz tão bem, poupo-me a acrescentar mais prosa. Se isto é serviço público, vou ali e já venho.
Serviço público?
A RTP1 tinha previsto para domingo, às 18h30, a transmissão da final da Taça da Liga inglesa, entre o Chelsea e o Liverpool. O canal cumpriu a grelha e transmitiu de facto o jogo. O que não estava previsto era que o encontro tivesse prolongamento, facto que fez alongar a transmissão para lá da hora a que habitualmente para o ar o Telejornal. Como se não bastasse, o canal do Estado, com obrigações de serviço público, ainda brindou os telespectadores com quase quinze minutos de publicidade a seguir ao termo do tempo regulamentar da partida, transmitindo em seguida o prolongamento do jogo (30 minutos). O telespectador que habitualmente acompanha o Telejornal da RTP1 só o pôde ver por volta das 21h05. Em alternativa, pôde acompanhar os noticiários ou da SIC ou da TVI, que os puseram no ar às habituais 20h00. E a TVI até já tinha feito um resumo do jogo no seu programa desportivo da tarde. Será tão importante para um canal pago pelo contribuinte transmitir um jogo de que quase toda a gente até já sabia o resultado, ainda por cima à hora em que os seus fiéis telespectadores costumam assistir ao dito Telejornal? Não teria sido mais sensato transmiti-lo mais tarde? Será isto o serviço público que tanto se apregoa? Como se não bastasse, estava prevista para cerca das 21h30 a muito aguardada estreia do regresso de Marcelo Rebelo de Sousa aos comentários semanais. Para manter a hora marcada, a RTP fez um Telejornal tão resumido que, no alinhamento, até se "esqueceu" de fazer referência à morte de Vítor Wengorovius, fundador do Movimento de Esquerda Socialista, e considerado um dos grandes antifascistas do nosso país. Nuno Pêgas