terça-feira, 30 de novembro de 2004

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PÔR COBRO AO SUPLÍCIO

Nestes últimos quatro meses fomos todos envolvidos, involuntariamente, num episódio da "twilight zone" com argumento demencial e indescritível. Aparentemente, ainda há cenas dos próximos episódios.
O senhor Presidente da República convocou Santana, conversaram (sabe Deus o que terão dito um ao outro) o senhor Santana saiu disse que voltava na quarta-feira, regressando em força "ao trabalho".
Se o Presidente pretende (como espero) promover a dissolução do Parlamento era escusada a continuação desta farsa. Se por outro lado, pretende dar mais uma oportunidade ao "Governo" (como receio) faz mal.
As noticias chegam em catadupa. A rocambolesca história do putativo despedimento de Arnaut, por este se ter envolvido em desinteligências públicas com um outro membro do "Governo", são sinal óbvio de incêndio incontrolável.
A credibilidade de Santana Lopes, que era pouca, ficou reduzida a cacos.
Se o senhor Presidente mantiver este sofrimento, colocará Santana Lopes refém da sua fragilidade perante qualquer interlocutor, e da ameaça de demissão de um qualquer obscuro Secretário de Estado (adjunto que seja).
Como pode alguém nestas condições exercer autoridade?
Como pode alguém continuar a "Governar" criticando o partido que o sustenta?
Como pode alguém alegar estabilidade quando nos últimos 4 meses não fez outra coisa senão promover a instabilidade?
Como pode o senhor Presidente manter alguém nestas condições na condução do "Governo" de Portugal?
Luis Sequeiraabnegado