O António Cabrita forneceu-me, com entusiasmo, o livro de Gonçalo M. Tavares: "Biblioteca".
Numa breve nota, o autor justifica a prosa desta forma: "O ponto de partida deste livro é a obra dos autores - Nunca aspectos biográficos. Uma ideia ou apenas uma palavra mais usada pelo escritor (por vezes, mesmo associações inconscientes e puramente individuais) estão na origem do texto. Mas cada fragmento segue o seu ritmo próprio.
O percurso de leitura poderá ser determinado pelo acaso ou pela vontade dirigida (e não apenas pela sequência da paginação). Agrada-me a ideia de que alguém possa ler alguns destes textos fragmentos hoje e outros daqui a alguns anos."
Acontece que é difícil deixar a leitura deste livro. Os autores estão todos lá, de uma forma ou outra. Sente-se a pulsação de cada escritor que o Gonçalo convoca. Só para dar um arzinho do que digo, passo para aqui um dos curtos texto do livro. Pode ser Arthur Miller, e reza assim:
" Nenhum homem é feliz apenas com um frigorífico, um ordenado, uma mulher e duas cervejas. Nenhuma lâmpada tem tanta luz que baste uma lâmpada para permaneceres alegre por dentro.
Tenho que sair - disse ele, e bateu com a porta.
Titulo: Biblioteca
Autor: Gonçalo M. Tavares
Capa: Margarida Baldaia
Edição: Campo das Letras
JTD