terça-feira, 23 de dezembro de 2003

Televisão como ersatz da vida toda
Uma coisa que nunca tinha visto: numa festa televisiva na cadeia, é João Baião que anuncia a um grupo de presos que eles vão ser libertados. Já se namora, se casa, se vive (no Big Brother), se nasce (o ultimo filho da Ágata esteve para nascer em directo), se julga, se reconcilia parentes desavindos ou perdidos, se prende, se faz tudo dentro de um programa de televisão. Ainda não se morre porque se presume que só terá audiências a primeira vez, mas mesmo isso virá. A televisão como ersatz é o prenúncio das vantagens da virtualidade como "realidade" para os pobres. Os pobres farão tudo "virtualmente", os ricos poderão pagar a realidade. O problema é saber quanto tempo falta até sermos incapazes de distinguir.

José Pacheco Pereira Abrupto