segunda-feira, 30 de abril de 2007

O Medo

Há políticos que passam muitas vezes por exibições excessivas de linguagem. As eleições na Madeira e o Museu Salazar constituem apetecido pasto para esta vulgaridade. Alberto João Jardim é um campeão. Os dislates e as ofensas a pessoas e organizações democráticas já não são surpresa. Já a reacção de Manuel Monteiro a um excesso de Jardim tem a sua graça. Monteiro contratou um actor para animar a campanha. O actor era o número dois da juventude do PSD. Os outros jotas não gostaram da graça e despromoveram o militante actor. Manuel Monteiro diz, a respeito disto, que Jardim é o descendente directo de Estaline, e que faz aquilo porque tem medo. Medo de quê? Do partido da Nova Democracia? Quanto a Estaline, se vamos falar em descendentes directos e indirectos, não saímos daqui hoje.
Por outro lado, Jerónimo de Sousa anda preocupado com as romagens salazarentas. Disse-o num encontro com camaradas. Alguém diz ao homem que os saudosistas eram menos do que os polícias?
Estes excessos raramente acertam no alvo. Salazar era a cara de um regime criminoso, de facto. Mas onde é que rumar a uma tumba é contra a Constituição? A liberdade tem de contar com alguns atropelos. O regime era criminoso. O crime não compensa. Estes excessos também não.

domingo, 29 de abril de 2007

O silêncio dos indecentes


O desassossego já começou no estádio da Luz. Aquilo é o quê? Um jogo de futebol ou uma extenção das manifestações de ontem em Santa Comba Dão? Há quem diga que é a extrema-direita que está na retaguarda destas balbúrdias. Não sei. Mas ontem, na terra do ditador, não houve porrada. Dá para perceber que o ministro António Costa está atento ao fenómeno. Tenho uma sugestão: que tal a colocação de açaimes nos focinhos destes delinquentes? Medida reforçada com a devida instalação dos animais em jaulas seguras. Uma coisa tipo Hannibal Lecter. Pense nisso, sr. ministro.

Bonjour tristesse


Os eleitores de extrema-direita dispensaram Le Pen, nas presidenciais francesas. Sarkosy enche-lhes as medidas.
O velho Jean-Marie, que levou uma vida a defender a xenofobia e tudo o que lhe é aderente, já pode meter os papéis para a reforma.
A direita francesa renova-se. Agora pia mais fino. É que o substituto pode mesmo ser Presidente.
Vamos lá a ver se Ségolène agarra aquilo.

sábado, 28 de abril de 2007

Os grandes também morrem

É a vida...

Rostropovitch (1927-2007).

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O túnel que Abril abriu

Passei hoje, pela primeira vez, pelo famigerado túnel do Marquês. Entrei nas Amoreiras e saí no Saldanha. Percurso tranquilo. Aquela coisa dos 30 à hora recomendada pelo vereador Sá Fernandes parece não ter sentido. Ainda não percebi se a obra vai alterar alguma coisa. Estas exibições carregadas de compromissos políticos são sempre polémicas. Ainda por cima vindo a ideia de quem veio: um Santana Lopes trapalhão e desacreditado. Mas estas excessivas preocupações têm muito de ridículo.

Decidam-se

Parece que Carmona Rodrigues também foi constituído arguido no caso Bragaparques. Por este andar fica toda a vereação notificada. O que espera o presidente da câmara para se demitir? Quem vai lá ficar para apagar as luzes quando já não houver mais ninguém para gerir a cidade? A situação é politicamente insustentável. Protelar decisões, emaranhando ainda mais este enleio, não é solução. Fala-se em apego ao poder. Mas o que leva Carmona a esta insistência? E qual poder? Haverá exercício de poder em casa onde ninguém se entende?
Em democracia, a estas dúvidas responde-se com eleições. Pelos vistos, este conceito está arredado da vida autárquica lisboeta.
Já toda a gente percebeu que aquilo assim não funciona.
Seria bom que se decidissem.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

O partido de Portas


Paulo Portas é a "nova" aposta do CDS-PP. Portas faz o que for preciso para saltar para a ribalta. Acolitado pelo partido que agora lidera, vai passar a ser o arauto de todas as missivas contra a governação. O novo líder do CDS-PP experimentará a ideia de que é ele o representante da oposição. Ele que nunca representou substancialmente nada, vai apresentar-se como inveterado vencedor. As feiras e mercados populares já eram. Agora tem um partido inteirinho para arremessar contra o Governo. Um partido pequeno, mas estruturalmente feito à sua imagem. Devido à pequenez eleitoral, a substância política da sua actuação vai passar pelas alianças. Mas com isso só tem que se preocupar daqui por algum tempo. Até lá, vai brilhar no palco parlamentar: é abotoar a camisa, pendurar a gravata e polir o discurso. Portas voltou. O PP também.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

O túnel de Abril

O túnel do Marquês de Pombal foi finalmente inaugurado. Enquanto na Avenida da Liberdade decorria a tradicional manifestação comemorativa do 25 de Abril (milhares de pessoas desceram em festiva comemoração), um pouco mais acima era inaugurada a obra da insistência santanista. Ignorando todas as recomendações de falta de segurança, ele aí está: imenso, caríssimo e muito frequentado. Cerca de dez mil munícipes, na versão transeunte, atiraram-se para o buraco logo que foi dado o tiro de partida. Resposta ao apelo camarário ou simples curiosidade? Ouvi alguém, em declarações aos jornais televisivos, dizer que já se tinha amesendado na ponte Vasco da Gama, para devorar a inaugurativa feijoada, logo, também aqui queria estar à frente. Há quem vá a todas. Há gente para tudo, essa é que é essa.

Quem disse que era mentira?

A presença das formigas
Nesta oficina caseira
A regra de três composta
Às tantas da madrugada
Maria que eu tanto prezo
E por modéstia me ama
A longa noite de insónia
Às voltas na mesma cama
Liberdade liberdade
Quem disse que era mentira
Quero-te mais do que à morte
Quero-te mais do que à vida

José Afonso

O Presidente de outro Abril

O Presidente Cavaco diz que é preciso encontrar novas formas de comemorar o 25 de Abril. É curioso ver que é de alguém que nunca se preocupou com a liberdade em Portugal que surge tal sugestão.
O Presidente não precisou os moldes da alternativa.
Cavaco ainda não percebeu que o Dia da Liberdade deve ser comemorado, tal como o nome indica, em total liberdade: como nos apetecer. E não é ele que vai mudar coisa nenhuma.

Vamos lá saindo...


Voltei. Amsterdão continua uma cidade intensamente livre e civilizada.
As bicicletas são uma espécie de símbolo útil da cidade. Símbolo e exemplo.
Gostei de andar por lá.

sábado, 21 de abril de 2007

Pianos e mais pianos


Pianos e pianistas não vão faltar no CCB, durante todo o fim-de-semana.
Se estivesse em Lisboa era aqui que montava arraiais. Mas não estou. Vou lá fora. Tem graça, esta denominação para as saídas do país. Tudo o que é do lado de lá da fronteira é "lá fora". Está certo: a gente gosta de andar por aí, ir lá fora, mas depois gosta de voltar cá para dentro.
Volto no dia comemorativo da Liberdade em Portugal. Até lá, divirtam-se. Eu vou fazer por isso.

Andy Warhol Imagem

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Ideias apagadas

A "discussão de ideias" que a extrema-direita estava a preparar foi cancelada. Foram descobertos pela Polícia Judiciária vários "argumentos" para a discussão: armas de diferentes portes de destruição, enfeites nazis e utensílios vários de "comunicação racista".
Agora já não há ideias para debater. Estão todas nas instalações da Judiciária.

Cantando e rindo

Os mais violentos neo-nazis nacionais foram detidos pela PJ para averiguações. Por razões de segurança, os concertos onde o apelo à violência racial seria cantado com entusiasmo, foram cancelados. Parecem sinais de bom funcionamento da Democracia. Quem combate o sistema que permite a sua existência, não merece ser respeitado, deve ser combatido. As ideias discutem-se, é claro. O que não se discute é a sua ausência. Durante o fim-de-semana, o nosso país vai receber alguns salientes dirigentes dos ultras da direita lá de fora. Vêm trocar ideias sobre aquilo a que chamam nacionalismo. Insistem na ideia de que o que é nacional é bom. Há-de ter que ver...
Ao romper da próxima semana esgueiram-se lá para os buracos de onde saíram.
Façam boa viagem. Sem retorno.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Fitas de outras bobinas


A quarta edição do Festival de Cinema Independente de Lisboa
começa hoje. Até 29 de Abril vão passar por Lisboa 226 filmes, vindos de quatro continentes: Europa, Ásia, África e América. Estreias mundiais (19) e europeias (10), filmes-concerto, masterclasses, painéis e mesas redondas são apenas alguns dos muitos atractivos desta edição, que se distribui pelo Fórum Lisboa e pelos cinemas São Jorge, Londres e King. (do programa)
Programação e mais informações aqui.

Democracia pouco participada


Ricardo Araújo Pereira foi vetado pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP), que inviabilizou uma intervenção do humorista nas próximas celebrações do 25 de Abril.
A "juventude" comunista é mesmo assim, não perdoa a quem se abeira de outros trilhos. Ricardo andou por lá. Segundo o próprio, serviu sandes de panado na Festa do Avante. Provavelmente há falta de pessoal para trabalhar no catering da festa. Daí a enorme ofensa causada por esta desistência.
O agora Gato Fedorento resolveu assumir as opiniões que sempre teve. No PCP isso não é bem visto. O jovem Bernardino Soares pode bradar loas à democracia na Coreia do Norte: isso é perfeitamente normal. Discordar do que os arautos da Fé comunista defendem é que é grave.
Estou com o Ricardo. E estou com o 25 de Abril, claro. Foi graças ao que aconteceu nessa data, há trinta e tal anos, que a gente pode dizer o que pensa. Se no PCP isso não é possível... é lá com eles.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Low profile


A campanha do Governo que apela à frequência escolar como forma de alcançar o sucesso profissional é, no mínimo, infeliz. Já foram dados exemplos de pessoas que, não completando licenciaturas, desempenham com brilho profissões notáveis.
O contrário também é verdade: anda aí menino licenciado e até doutorado, entronado em lugar de grande decisão, que era melhor que voltasse para a escola. Apologia do abandono escolar? Longe disso. Mas a dignidade profissional é transversal a todas as actividades. Os licenciados que, com aprumo e brilho, exercem actividades como livreiros, bibliotecários, assistentes e produtores musicais, não devem achar grande graça à prestação publicitária de Judite de Sousa e Pedro Abrunhosa.
O que somos é fruto das nossas energias: umas criadas por nós, outras resultado de vivências às vezes inesperadas. Claro que estudar é um excelente exercício no sentido de gastarmos energias com o que gostamos de fazer. Mas nem sempre faz falta a iluminação da ribalta para encontrarmos a felicidade no ofício.

terça-feira, 17 de abril de 2007

O regresso de Eduardo

Eduardo Prado Coelho voltou. Depois de uma doença chata que o incomodou durante meses, regressa às crónicas do Público com as preocupações de sempre: a denúncia da insistência na promoção da mediania nacional. Vivemos numa terra onde parece que o público é o popularucho. Assim, os serviços que são supostamente divulgadores da coisa pública são fornecedores de piroseiras várias. Na televisão, volta e meia temos que suportar os Tony Carreiras e Valentim Loureiros da vida. Com tanta gente com tanto para dizer, e são trastes desta estirpe que nos impingem a toda a hora.
Eduardo Prado Coelho fala disso e bem.
Bem vindo Eduardo.

Esmeralda no país das maravilhas

O tribunal decidiu que a menina disputada por duas famílias fosse viver com os pais adoptivos.
Mas o pai adoptivo continua preso por sequestro da menina.
Faz sentido perguntar: Isto faz sentido?
Há leis céleres e há leis mais lerdas. Parece que umas são de usar e deitar fora, e outras para demais conveniências.
Andam todas muito misturadas. Claro que o que aqui digo é que não faz sentido, dirão os decisores: é a minha ignorância a dizer coisas menos rigorosas e desconhecedoras das leis.
Mas as crianças... Doutores, porque as fazeis sofrer?!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Os novos miseráveis


Le Pen, eterno candidato da extrema-direitra francesa às eleições presidenciais, não gostou que Chirac lamentasse o apoio francês aos nazis. O homem que um dia disse que a eliminação física, em câmaras de gáz, de opositores a Hitler foram apenas um episódio na História da Guerra, já nos habituou à desfaçatez e apologia do crime. Logo, mais este apontamento não traz ponta de novidade. Mas não deixa de ser interessante outra declaração do líder xenófobo: " Sarkozy não tem a aversão de Chirac a meu respeito". Quem diria. Afinal há diferenças substanciais entre o presidente e o candidato por si apoiado na corrida eleitoral. Chirac conseguiu a proeza de reunir esquerda e direita em seu redor para não permitir a eleição do indesejável extremista. Sarkozy não precisa de tanta tropa. E, pelos vistos, terá o apoio de Le Pen na segunda volta. Há gente que não se leva a lado nenhum. Nem para beber um cafézinho.
O candidato da direita apela ao eleitorado desiludido com a política. Ségolène reafirma valores de esquerda — seja lá isso o que for — posicionando-se como a mais saliente candidata com possibilidade de derrotar o cínico Sarkozy, à segunda volta.
Força Ségolène. Fogo para cima deles.

sábado, 14 de abril de 2007

Democracia triplicada

As eleições timorenses foram um sucesso estrondoso. Os votantes excederam em muito os recenseados: houve quem tivesse votado três vezes. Agora, provavelmente, a comissão que gere a coisa vai propor a repetição das eleições devido a estas irregularidades. Parece que a democracia funciona a triplicar lá na terra. O povo de Timor tomou-lhe o gosto.

Exclusões


Este homem foi primeiro-ministro durante um ror de tempo. Agora, que é Presidente da República, anda preocupado com a situação dos portugueses excluídos. Ou não conhece o sentido das oportunidades nos cargos políticos, ou prefere andar a chorar pelos cantos. Há quem ache graça a estes amigos dos pobrezinhos. Brincar à caridadezinha é fácil. Promover políticas, no sítio certo, para que a pobreza deixe de existir, é que são elas...

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Vidas breves

Uma violenta explosão atinge o parlamento iraquiano. Morrem nove pessoas. Bush, o libertador, lamenta esta ofensa ao "símbolo da democracia".
No Iraque já não existem símbolos, nem democracia: só alvos a atingir.

Praça da raça

"As ideias não se apagam, discutem-se", informa o novo cartaz do PNR, colocado na praça mais nobre da capital. Duvido que as palavras satisfaçam estes arautos ao serviço da pureza da raça. Quais os argumentos a utilizar na discussão com esta rapaziada? Matracas? Bastões?
É uma raça danada, esta raça de gente.

Cada cavadela, minhoca

Depois de tanta tinta derramada. Depois de tanta verborreia, Marques Mendes volta à estaca zero. Agora é que quer investigar. Se calhar não tem andado por aí. Mendes reage a tudo com assinalável atraso.
Não acerta uma.

Feira com livros

O Seixal vai ter uma Feira do Livro durante este fim-de-semana.
Estuário Publicações vai lá estar com obras de Eufrázio Filipe, Celeste Cavaleiro e Mercês Araújo.
Eufrázio estará presente, hoje, sexta-feira, lá mais para as bandas da noite, para um convívio com os leitores.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Opereta

Não vi o interrogatório ao primeiro-ministro. Fui ao São Carlos ver Motezuma, de Vivaldi. Perdi com a escolha: Vivaldi e Motezuma não me convenceram. Pelo que leio nos jornais, percebo que a opereta da RTP 1 deve ter sido mais interessante. Uns asseguram que Sócrates convenceu, outros que nem por isso. Uma ópera-bufa que entretém, como é expectável, mas sem qualidade — o que é lamentável.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Regionalizanão

Medeiros Ferreira foi dispensado de colaborar no DN. Hoje também Pedro Rolo Duarte anunciou, na habitual crónica das quartas, que se vai embora. Não sei o que se está a passar no jornal. Que seja bom para estes dois opinadores são os meus votos, apesar de, como leitor crónico das suas opiniões, ter pena de perder este contacto semanal.
No texto em que se despede, Pedro apresenta-se no seu melhor.
A Regionalização é tema. Os seus receios são os meus. Aqui há uns anos, quando isto veio à baila, eu pensava exactamente o mesmo que agora. O Pedro também. Passados estes anos todos continuamos de acordo. Esteja de acordo ou não, habituei-me a ler o que vai escrevendo sempre com prazer. Quando descobrir para onde ele vai agora, aviso.
Boa sorte aos dois: ao Pedro Rolo Duarte e ao José Medeiros Ferreira.

Para ler o texto publicado hoje no DN clique aqui

Nas trevas, diz ele

Durante a vigília pascal, na Sé de Lisboa, o Patriarca Policarpo atribuiu a Deus a fonte da vida - estranha linguagem exotérica que responsabiliza o mito pela existência. É natural que o vinho das celebrações litúrgicas e a noitada na Sé de Lisboa perturbem o discernimento, mas revela enorme ignorância sobre o processo da reprodução.
O Patriarca lembra ainda que «os que não têm fé vivem nas trevas», uma clara mentira. Uns vivem em Lisboa, outros em Évora, Coimbra, Braga ou noutro sítio qualquer. Nas trevas vivem analfabetos, crentes de várias devoções e clérigos de numerosas fés.


Achei graça a esta tirada de Carlos Esperança. Está no Diário ateísta, e não posso estar mais de acordo. Se quiserem ler o resto, vão até .

terça-feira, 10 de abril de 2007

Educação precisa-se

A situação na Universidade Independente teve um desfecho sem surpresas. Mariano Gago disse o que tinha a dizer sem papas na língua. Mas ficamos com a sensação de que escondeu o lixo debaixo do tapete. Agora fica uma dúvida: e os outros estabelecimentos? É preciso haver mais trapalhadas para que se perceba a falta de educação que por aí campeia?

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Sessão de esclarecimento

Esta é a semana de todos os esclarecimentos. Mariano Gago, o ministro, vai ditar o futuro da Universidade Independente. Independência é chá que não se toma por ali. Agora até parece que não pagam a renda da casa há um ror de tempo. Não há independência que aguente tanta indulgência.
Outro esclarecimento aguardado é o de José Sócrates, primeiro-ministro, que tudo leva a crer não ter muito a esclarecer depois da intervenção do ministro. A decisão será tomada por um com o outro.
A resposta para esta crise está na primeira missiva. Uma universidade com tanto atropelo no funcionamento não fornece grande credibilidade. O Governo está esclarecido sobre todos os cozinhados e tem a faca e o queijo na mão. Esperemos que o ministro Mariano não emita um comunicado gago.

domingo, 8 de abril de 2007

A Grande Arte


Caravaggio A incredulidade de São Tomás (1601-02)

sábado, 7 de abril de 2007

Um assunto muito sério


Provavelmente aquilo não estava em situação legal. Há regras, a gente sabe. A Câmara Municipal de Lisboa mandou retirar o cartaz que parodiou a campanha xenófoba de um partido de extrema-direita. A mesma Câmara de Lisboa tão lerda em outros assuntos, aqui foi célere na decisão. O líder do tal partido de extrema-direita diz que a iniciativa dos Gato Fedorento lhes "saiu pela culatra". Claro que está enganado, como sempre. O tiro foi eficaz, certeiro. Mas não há dúvidas que a Câmara tentou evitar os efeitos do disparo. Fica~lhe mal o gesto. Mas é inútil. O "mal" já está feito. Todo o país sentiu o efeito da ideia.
O humor é um assunto muito sério.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Instituição nacional

Hoje é feriado. Nestes dias o país é assaltado por um forte pendor religioso.
Parece que a força das celebrações vai ser lá para os algarves.
O Sol é o santo padroeiro. As procissões começaram ontem, durante a tarde, rumo aos altares do sul. Seja louvado o descanso.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Nacional-parvoíce


O divertido cartaz dos Gato Fedorento já armou reboliço. Soube pelo Daniel, que Ricardo Araújo Pereira já foi ameaçado pelos grunhos que se escondem no PNR. Ninguém estava à espera que esta gentalha tivesse sentido de humor, pois não? E muito menos regras de conduta.
Quem se mete com eles arrisca-se a levar. Não uma resposta política, que eles não sabem o que isso é, mas porrada mesmo, daquela que dói.
É a nacional-parvoíce em acção.

É a diplomacia, estúpido!

Os marujos ingleses já foram libertados pelo Irão. A diplomacia funcionou, apesar de Bush estar mortinho por fazer da grossa.
Ainda há diferenças entre a administração americana e o governo de sua magestade. No mínimo, há mais neurónios do lado europeu.

A quem o diz...

"Ter um programa com o meu nome assusta".
A preocupação pertence a Júlia Pinheiro, e vem pespegada no DN de ontem.
Quem diz a verdade não merece castigo.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Angústia do adepto antes do petardo

É já um assunto de Estado: Governo quer apurar o que se passou há uns dias num estádio de futebol. Estas arenas de convívio estão a tornar-se perigosos campos de batalha. Até já são accionados eficazes engenhos explosivos. Por este andar, os dias da prática desportiva poderão passar a ser antecedidos de despedidas da família. Guerra é guerra. Estas disputas são sempre perigosas.

terça-feira, 3 de abril de 2007

O mau estado da Nação

Quatro economistas debatem o estado da Nação, no Prós e Contras, da RTP 1. Todos sabemos que nunca acertam uma. Ex-ministros das finanças do bloco central repartem acusações. Cadilhe, que muitos já consideravam sério, esmifra-se para provar que nunca o foi. Em Frasquilho lamenta-se ter sido, em tempos, Secretário de Estado das desgraçadas finanças do País. Pina Moura é o que é, e só Campos e Cunha consegue adiar a porção de manguitos que reservamos para lhes endereçar. Percebemos, ao ouvir esta gente, que não é por aqui que nos safamos. Eles safam-se, é certo. Mas não é em nós, nem no País, que pensam quando debitam aquelas atoardas. Os números não mentem; eles parece que sim. Será por causa dos palpites destes iluminados que a União Europeia pondera limitar-nos fundos de apoio?

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Next to nothing


Em 1990 fui a Tânger para me encontrar com Paul Bowles. Os seus livros tinham-me fascinado, mas mais do que isso a sua vida. Compositor e escritor, viajante no seu tempo, alguém que procura. Em sua casa encontrei, acima de tudo, serenidade. Tardes preguiçosas à volta da lareira, apenas interrompidas por algumas visitas diárias, e calmos passeios ao mercado. Mesmo assim, estes não eram tempos pacíficos. Agora, dezasseis anos mais tarde, regressei a essa casa e a essas fotografias. Daniel Blaufuks

Daniel Blaufuks tem trabalhado na relação entre fotografia e literatura, através de obras como My Tangier com o escritor Paul Bowles. Mais recentemente, Collected Short Stories apresentou vários dípticos fotográficos numa espécie de "prosa de instantâneos", um discurso baseado em fragmentos visuais, que insinuam histórias privadas a caminho de se tornarem públicas. A relação entre o público e o privado tem sido, aliás, uma das constantes interrogações no seu trabalho. Utiliza principalmente a fotografia e o vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. O seu documentário Sob Céus Estranhos foi recentemente apresentado no Lincoln Center em Nova Iorque. Algumas das suas últimas exposições foram no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Palazzo delle Papesse, Siena, LisboaPhoto, Centro Cultural de Belém, Lisboa, Elga Wimmer Gallery, New York, Photoespaña, Madrid. (do programa)

Next to nothing Ciclo Paul Bowles
Exposição de Fotografia de Daniel Blaufuks
Até 22 de Abril de 2007
De 2ª a 6ª das 14h às 18h.
Fim-de-semana e Feriados, das 18h às 20h
Foyer do Pequeno Auditório
Centro Cultural de Belém
Entrada Livre

domingo, 1 de abril de 2007

Vaidades


A Vanity Fair de Abril tem ingredientes de sobra para momentos de boa leitura. É curiosa a abordagem ao pessoal que trabalhou com os presidentes dos Estados Unidos, de Truman até Clinton, passando por Eisenhower, Kennedy, Johnson, Nixon, Ford, Carter e Bush pai. Os que estão no activo não são para aqui chamados, apesar de alguns serem repetentes. Sobre a cidade de São Paulo, no Brasil, são enumerados os medos e a desordem. Espantosa é a história dos Sopranos, magnificamente ilustrada com fotografias de Annie Leibovitz. Também André Carrilho marca pontos, ilustrando um artigo de A. A. Gill sobre a permanente festa de Nova Iorque. Mas há mais, muito mais, nesta edição de Abril desta feira de vaidades. Se estiverem para aí virados, não a percam.

Annie Leibovitz Imagem

A arena da SIC

Quem passa os olhos pela SIC já percebeu: hoje há festa rija — a Gala dos Globos de Ouro — na arena do Campo Pequeno. Olhando para o cartel anunciado, só com dose reforçada de paciência seria possível suportar as festividades. Claro que não vou lá estar. E não há nesga de curiosidade que me desloque as retinas para o écran. Nesta coisa de touradas, mal por mal, antes as que têm bois a sério.