domingo, 3 de setembro de 2023

E se crescessem?

A FÉ | A época balnear teve inicio com uma grande operação de proselitismo religioso. Lisboa transformou-se num sítio insuportável. Vantagens para a cidade não existiram. A economia mirrou. Ganharam fiéis para a causa? E o que é que isso contribui para o avanço ou adaptação da mente humana à realidade? Nada. Pelo contrário: é um retrocesso. O chefe de estado do Vaticano teve o atrevimento de se imiscuir na política do nosso país, com ideias bafientas. O bafio não larga a igreja católica.

A FESTA | Montenegro e a sua rapaziada descobriram que baixar impostos é a solução. Afiançam-no com visível convicção e insistência. Parece que descobriram a cura para todos os males. Olha quem. Estão cada vez mais alinhados com o discurso do chunga do Chega, que é, como bem notou Carmo Afonso em texto notável escrito para o Público - "O político mais mentiroso de sempre". Como competente mentiroso, o chunga do Chega também propõe umas mezinhas para entreter a comunicação social que tanto o aprecia. Lança essas ideias em grafismos alheios, sem seriedade, alardeando mentiras e dislates, para garantir credibilidade. Desmascarado, garante, aos gritos, que não há copianço nenhum, é tudo um "por acaso é parecido, mas não é". Sempre aos berros, é claro. Os jornalistas nem pedem que esclareça as mentiras que propaga. Desde que o homem grite, está gritado, ou seja, esclarecido. 

A CRECHE DOS JOTINHAS | Os petizes ditos social-democratas foram para a universidade da silly season, e as televisões da grande aldeia exibiu-os como atração de feira de aldeia medieval. Facilmente atingem o nível de Emanuel, Carreira, Toy, Clemente, Rosinha, Marante e de outros inenarráveis palonços cantadeiros de feira dos arrabaldes. O pouco nível é mesmo muito semelhante: lançar atoardas aos berros ou em cantorias desbragadas e ridículas. Mas lá andaram entretidos. Até lá estiveram grandes vultos do pensamento da direita mais empenhada em ter poder: o intriguista Marcelo e o situacionista Barroso foram atracções de enaltecida cátedra. Grande escola, aquela.

E SE CRESCESSEM? | O panorama é, mais coisa menos coisa, sempre assim no Verão. Resta-nos desligar um pouco dessa realidade e perceber o que verdadeiramente interessa. Entre as leituras que transportei no bornal de férias, incluí este calhamaço de Varoufakis. Percebi que os enleios que fazem mover muitos dos políticos e artistas de variedades que nos rodeiam, circulam pelos mesmos carris: necessidade de exibição de ego, poder, dinheiro — muito, de preferência — e falta de vergonha na puta cara. Varoufakis lidou com decisores com grande poder. E?! Pois, o disparate e a irresponsabilidade andam de mãos dadas com as destes aldeões. O mundo é uma grande aldeia, onde a ganância e a falta de escrúpulos minam e tolhem. 

Comportem-se como adultos, pá!

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Os idiotas

Já lhe tinham dito que era um tonto. E todos já o tínhamos confirmado. Mas agora ninguém lhe diz para não abusar desse privilégio. Anda em roda livre. O cachopo espalha-se ao comprido a toda a hora.

Jazz em noite de verão

Estes três homens fizeram música de se lhe tirar o chapéu. Isto porque a noite estava de se usar o dito: fresca, já a adivinhar o fim de verão que se aproxima a passos largos, mas aquecida por estes sons de luxo. Foi uma noite que foi um luxo, esta noite que passámos na Casa Da Cultura. Obrigado, João Sousa, Luís Cunha e Carlos Barretto. Voltem sempre.

sábado, 2 de setembro de 2023

O regresso


SETEMBROS NEGROS E COM TODAS AS CORES | Gosto de Setembro. Gosto de regressos. É em Setembro que se retomam trabalhos, que se entra na rotina que nos surpreende todos os dias.

Mas este mês também nos agride com a memória do que de menos bom pode acontecer ao ser humano. Quando Pinochet tomou o poder no Chile, eu não estava lá, mas aquilo doeu. Quando os aviões esbarraram em Nova Iorque eu estava lá, e só não me doeu mais por pouco. Mas tudo isto nos dói, e de que maneira, mesmo quando a diferença geográfica existe. O mundo é uma pequena esfera onde nos vamos encontrando. O mundo muda com estas coisas que lhe acontecem. Nem sempre para melhor. Mas a vida é o que é. Assim, com muitos trambolhões pelo caminho.

[Texto publicado aqui em 2 de setembro de 2021. Republico-o agora porque sim]


Noites de verão


João Sousa, Luís Cunha e Carlos Barretto vão estar hoje no mui agradável pátio do Dimas, na Casa Da Cultura | Setúbal, para um concerto que vai ser um bom momento de prazer convivial. Tenho quase a certeza disto que acabo de dizer, mas vou lá, para ter a certeza absoluta. Um aceno muito particular ao meu amigo Carlos Barretto, a quem vou dar um abraço. Até logo.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Aconteceu. Não deveria


MORRER EM SETEMBRO | Muito aconteceu neste mês. É o meu mês preferido, se é que o posso dizer assim. Muito do que aconteceu em setembro de vários anos alterou a minha vida. Coisas importantes para mim, e algumas para a humanidade inteira: alegres e tristes. Destaco no entanto, em tempos de agressão pela intolerância fascista, dois casos tristes. O ataque ao palácio do governo do Chile, onde morreu Salvador Allende, e a destruição das torres em Nova Iorque, onde morreu muita gente. Eu estava em Nova Iorque na altura e percebi de perto o drama de muitos seres humanos em desespero. A intolerância fascista e a demência religiosa ditam regras tenebrosas: eliminar incrédulos e desobedientes. Para estas mentes torcidas não cabemos cá todos. Cabem eles, uns com os outros. São poucos os que praticam a demência intolerante, mas não estão sós na apologia daquelas tretas. Já têm uma gente fruste que os apoia e segue. Votam, aplaudem, dão-lhes voz. Cabe-nos a nós combater a agressão. Vamos estar sempre contra esta gente, que nem parece gente.

[Este texto foi publicado em 2022 neste dia 1 de setembro. Republico. Mantenho o que disse]

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Ventos de verão

JSD - SYLLI SEASON UNIVERSITY | Estive lá disfarçado. De preto da cabeça aos pés. Não fiz selfie com o professor. Preferi juntar-me aos universitários presentes. Lá faltar é que não podia. Não perco uma fantochada das rijas.

Sérgio


Sérgio Godinho completa hoje mais um ano de vida. Vida cheia de música, poesia, imagens. Sérgio já participou em vários encontros Muito Cá de Casa, na Casa Da Cultura | Setúbal, e na exposição SÉRGIO GODINHO E AS 40 ILUSTRAÇÕES, que alegrou as paredes da Galeria. Vamos voltar a estar com o Sérgio na próxima Festa da Ilustração. Mas para já venho aqui só para lhe dar os parabéns.

O que fizeste da tua vida é muito importante para nós. Hoje é o primeiro dia do resto da tua e das nossas vidas. Grande abraço.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Estar


OLHAR | O MAR | MERGULHAR | FLUTUAR | RELAXAR

E PASSEAR | E descobrir o local perfeito para a fruição destes prazeres. Que bem que se está aqui. Está calor. Muito calor. Este aquecimento desmotiva a frequência dos teclados.
Olhar o mar, mergulhar. Perceber que Marcelo — Narciso não foi de férias — não está próximo e insistir: mergulhar de novo, fugir do ruído deste período de tempo que há muito foi definido — em bom português — como "silly season". Havemos de voltar a falar.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Olhar e Ver

DESIGN DE COMUNICAÇÃO
Da série Grande capas.

O verão mais quente de sempre ensombra o nosso futuro. Políticos de extrema-direita desmentem e querem encobrir o que está a acontecer. Sempre foi assim, dizem. Dizem sempre o contrário do que deve ser feito. É preocupante o que está acontecer. Dramático. Ninguém pode ficar descansado.  

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sábado, 19 de agosto de 2023

Ver

O MAR
Dia Mundial da Fotografia
REFRESCO | FOTOGRAFIA
Bom fim-de-semana.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Ver, ler, ouvir... Pensar



 

JOSÉ AFONSO| FUI À BEIRA DO MAR 

Fui à beira do mar
Ver a que lá havia
Ouvi uma voz cantar
Que ao longe me dizia

Ó cantador alegre
Que é da tua alegria
Tens tanto para andar
E a noite está tão fria

Desde então a lavrar
No meu peito a alegria
Ouço alguém a bradar
Aproveita que é dia

Sentei-me a descansar
Enquanto amanhecia
Entre o céu e o mar
Uma proa rompia

Desde então a bater
No meu peito em segredo
Sinto uma voz dizer
Teima, teima sem medo

Eu vou ser como a toupeira
Gravado nos estúdios Celada (Madrid), de 6 a 13 de Novembro de 1972.
Design da capa e arranjo gráfico de José Santa-Bárbara.
Edição: +5.

José Afonso, Obra Poética

Organização, prefácio e notas de Jorge Abegão. Novembro de 2022.
Capa: Carlos César Vasconcelos
.
Edição: Relógio d' Água. 

[Fotografia "Fui à beira do mar" é de minha feitura, num excelente dia de férias]
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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Olhar e Ver


ELENA . ospina

Elon comeu o pássaro azul

https://cartoonmovement.com/cartoon/elon-ate-blue-bird 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Ler

CARMO AFONSO

André Ventura, o político mais mentiroso de sempre.
Mais uma excelente crónica de Carmo Afonso, no Público de hoje. Um mentiroso em delírio. Mentiras fabricadas e embrulhadas graficamente como objectos respeitáveis. A falta de vergonha não tem limites para este manipulador implacável. E impune, pelos vistos. A mentira traz votos. Observe-se o caso do guedelhas americano. Os estúpidos votam livremente. A estupidez nunca foi reprimida. A mentira anda à solta. A democracia é que perde.
SEMENTES DE ALFARROBA | opinião
Jornal Público
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terça-feira, 15 de agosto de 2023

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EDUARDO PITTA

CIDADE PROIBIDA

Produção da imagem para a capa de Cidade Proibida, de Eduardo Pitta. Edição de Ana Maria Pereirinha, que me concedeu a alegria de desenhar a capa do livro. Para que o trabalho fosse também um prazer, convidei o Eduardo e o Jorge para irem a minha casa. A ideia era fazer uma fotografia em que se encenava o assunto do livro na capa, e mantinha-se o ambiente na contracapa, mas com o autor sentado no exemplar da cadeira desenhada por Charles e Ray Eames. Tal e qual como as imagens documentam. Vários gatos habitavam o espaço, entre o exterior e interior da casa. Todos pertencentes ao nosso espólio felino protegido. O Eduardo falou em usar um dos bichos na fotografia - alusão a Teddy, o gato da história. Os mais "disponíveis" eram o Zezinho e o Mascarilha. Eduardo encantou-se com o Mascarilha. Com razões substantivas, o gato é lindo. E lá iniciámos os trabalhos de retratista. Eduardo sentado na cadeira, entrego-lhe o Mascarilha no colo. Tudo bem? A sessão segue o seu rumo? Não. Nada disso. O simpático gato não estava para ali virado. Desenvolve de imediato uma ofensiva contra o escritor: "Depressa, que ele está a espetar-me as unhas nas pernas", apela o fotografado em tom lancinante. Consegui registar dois momentos com o iPhone. Acabou por não correr mal. As imagens deram capa. Depois jantámos todos e conversámos sobre aqueles assuntos que transformavam o Eduardo Pitta em vibrante contador de histórias. Este foi um bom momento que passei com o Eduardo e com o Jorge. Houve outros. Muitos. Saudades do Eduardo. Um abraço, Jorge.
Helena Vasconcelos já tinha escrito estas linhas sobre outra edição do livro que neste contexto foram parar à capa. Diz assim: "É difícil ler um bom livro em que se fala livre e fulgurantemente de sexo, do prazer erótico e da transgressão. Eduardo Pitta fá-lo com a mestria de um grande narrador".

O prefácio, também notável, é assinado pelo Fernando Pinto do Amaral.

Título: Cidade Proibida
Autor: Eduardo Pitta
Prefácio: Fernando Pinto do Amaral
Revisão: Fernanda Fonseca
Fotografias e design da capa: José Teófilo Duarte com João Silva - DDLX
142 páginas
Edição: Ana Maria Pereirinha para Planeta Manuscrito, 2013


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BRIAN ENO

APOLLO - Atmospheres & soundtracks.
Música para todas as estações (e apeadeiros).

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

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ALEXANDRE POMAR

JÚLIO POMAR. DEPOIS DO NOVO REALISMO

"O neo-realismo não é o que dele se disse", diz Alexandre Pomar neste livro. Aqui é abordado o trabalho de Júlio Pomar desse período, mas colocando-o no tempo, e também no espaço, em que a actividade do artista decorreu. A relação com escritores e outros artistas é aqui revelada em ambientes de trabalho e convívio cultural e de amizade. Surpreendemo-nos e percebemos o neo-realismo — e não só — de outra maneira, e não como o que dele se disse. A ler.

Título: Júlio Pomar. Depois do novo realismo
Autor: Alexandre Pomar
Acompanhamento editorial: Maria José Batista
Design da capa: Ilídio J. B. Vasco
Imagem da capa: Júlio Pomar
310 páginas
Edição: Guerra e Paz

domingo, 13 de agosto de 2023

Ver


JOÃO CONCHA
| QUE CASA SOMOS?

 João Concha ilustra, pinta, edita e publica livros e ilustrações, faz coisas que servem para ser olhadas, lidas, observadas com prazer. Estes trabalhos visuais de grandes dimensões que agora nos permite observar têm escondidos armários com gavetas a abarrotar, outras vazias, e têm molduras antigas e carpetes muito pisadas. Tudo isto está entre as paredes desta casa que lhe provoca a interrogação do título que escolheu para esta exposição no Espaço/galeria da Casa da Cultura, Setúbal.

Que casa somos? Que casa queremos? Para que queremos casa? Para vivermos, ou para simplesmente mantermos lá dentro o que temos que guardar para usar cá fora no dia-a-dia? Há casas que abrem para dentro e outras que abrem para fora. Somos a casa que fazemos. A casa é a nosso rosto e o nosso corpo todo. A nossa vida está toda ali guardada. Quem já "desfez" casas de parentes falecidos sabe o quanto é difícil lidar com esses fins. Vidas inteiras nos segredos daquelas paredes. Mas deixemos a tristeza. Estas casas são alegres. Percebe-se o contentamento do fazer. Parecem convidar-nos a entrar.

João Concha teve a ideia de procurar a sua casa em riscos, cores, planos moldados pela sua vontade de encontrar a maneira de estar lá bem. Procurou um conforto, digamos. Será que o encontrou?

QUE CASA SOMOS?
Até 24 de setembro.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Ver



MANUEL SAN-PAYO

CAMINHO DA MONTANHA | CAMINHO DO DESERTO

Cada exposição de Manuel San-Payo é uma surpresa e uma inquietação. Mas é também um lugar de prazer e conforto.
A ver. Imperdível.

Até 3 de setembro/2023.
Solar dos Zagallos | Sobreda | Almada





Olhar


BRICE MARDEN

1938-2023
Olhou, viu, olhou de novo, percebeu. Voltou a olhar e não percebeu nada. Percebeu que era assim que se percebia alguma coisa. Percebeu tudo. Fez ARTE, assim em caixa-alta.
Muito obrigado, Brice Marden.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Ouvir


JOSÉ AFONSO
Obra gravada reeditada e publicada.
Intemporalidade, excelência musical e visual. Imperdível.
Capas: José Santa-Bárbara, José Brandão, João de Azevedo, Alberto Lopes.

Edição: +5. 

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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

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ANNIE ERNAUX

PERDER-SE

Viver. Fazer por ter prazer. Viver. Combater. Se não queremos o que temos, porque o queremos? Resolver? Pensar. Aprender. Avançar. Resolver. Tentar, vá.

Tradução: Tania Ganho
Capa: Silvadesigners
270 páginas
Edição: Livros do Brasil. Colecção Dois Mundos

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ANTÓNIO DACOSTA

Dois limões em férias, 1983

Óleo sobre tela, 97,5 x 128,5 cm.

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terça-feira, 8 de agosto de 2023

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A religião é o ópio do povo


A reflexão de Karl Marx já está desenquadrada da realidade. O ópio?! Então não é o ódio?

Não é a intolerância? O desrespeito pela nossa individualidade? A falta de respeito pelo direito a decidirmos o que fazer do nosso corpo? A religião não é a defesa de fantasias irreais? A ciência desmente a religião. Ok, têm que haver regras impostas por uma divindade qualquer para que os cristãos e os outros crentes todos das outras religiões sejam decentes. E são? A inquisição, as perseguições, as fogueiras, os atentados, a pedofilia e o assédio sexual por padres, pastores e outros gurus religiosos, as imposições pela lei de atitudes irreais, absurdas mesmo, são a imposição da decência?
Quem achar que sim, carregue a cruz. Mas por favor deixem viver e morrer quem quer viver sem o espectro de ter que ir para o céu (deve ser uma seca) ou para o inferno (que maldade), e divirtam-se nessas fantasias obsoletas.
Tenham juízo. E decência.

Boas férias para todos (os que estão de férias, é claro. Eu estou)

[Imagem: não sei de quem é, apesar de ter feito busca, mas gostei. Quem souber avise].

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Jorge Silva Melo

O Jorge Silva Melo faria hoje 75 anos. Não os faz entre nós, mas está sempre aqui. Não o vamos esquecer.

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Perguntar não ofende



Os redescobrimentos já terminaram? O Estado do Vaticano já meteu suficientemente o bedelho nas políticas do Estado de Portugal? O Presidente do Estado português anotou e vai tentar praticar as instruções do Chefe do Estado do Vaticano? Vamos ter as sinistras regressões religiosas nas leis portuguesas? Portugal vai deixar de ser um Estado laico, como já se atreveram a sugerir alguns comentadores religiosos? Não é por mim que pergunto. 

É por causa de uns jovens que conheço e que querem saber se já podem sair à rua em Lisboa, ou se é preferível apanharem já um avião para um lugar onde possam estar descansados. Por mim durmo descansado. Só me interessa saber se quando acordo já posso sair à rua em Lisboa sem ser incomodado pelo serôdio proselitismo católico. É que há quem não acredite em fantasias e não se emocione com as exorbitantes demonstrações dessas fantasias. Era só.

sábado, 5 de agosto de 2023

Deus lhes perdoe

MAIS PAPISTAS QUE O PAPA | A Câmara de Oeiras deu o braço a torcer. Voltou a colocar o cartaz — apesar de noutro local em que a visibilidade é mais reduzida — que retirou alardeando argumentos absolutamente estúpidos. Tão estúpidos que a coisa se virou contra a gente de Isaltino: um simples — mas bem desenhado — cartaz, passou a assunto de monta em todas as notícias. A recolocação é atitude cínica, mas é melhor do que nada. Sempre é uma pequena derrota da intolerância católica. Tudo isto se transformou numa excelente campanha pela denúncia dos abusos praticados a menores por padres católicos. E não são só quatrocentos, como pretendia, com bonomia, o beato Marcelo. Enfim, reposta a ordem, vamos continuar a denunciar o que interessa. E deixemos os crentes católicos nas suas fantasias inacreditáveis expondo-se ao ridículo. As mensagens dos jovens participantes em delírio não causam emoção. Causam repulsa. Como é possível estar a acontecer esta involução?
LIMPEZA | Que os pobrezinhos foram "expulsos" das ruas já todos sabemos, mas esta é nova: nas jornadas ditas da juventude estão a praticar a intolerância para com grupos de jovens crentes. Isto mesmo depois do papa apelar à inclusão de todos, todos, todos. Enfim, há gente mais papista do que o papa, é o que é.
Falamos para a semana. Agora vou a banhos. Praias da zona de Oeiras estão fora do roteiro. Sei lá o que pode acontecer a quem não é crente!?
Bom fim-de-semana.
Fotografia: António Cotrim - Lusa

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Receituário

No próximo dia 12, sábado, há jazz no Pátio do Dimas, na Casa Da Cultura | Setúbal. Esta música é para "ouver", como diria José Duarte. E sentir na pele, digo eu. Até lá. 


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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Outra Jornada

A minha jornada.

2 de Agosto de 1929

JOSÉ AFONSO nasceu neste dia do ano de 1929. Depois foi o que se sabe. Mudou sons, mudou a maneira de olharmos e ouvirmos a música portuguesa. Foi importante para quem não "vive sem dar por nada". O seu trabalho gravado está a ser todo reeditado. Aí percebe-se a intemporalidade desta obra soberba. Muito obrigado, Zeca. Sempre!

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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Da crítica e dos criticados


PARECE QUE AQUILO NÃO SE PODE CRITICAR | Parece que agora devemos apostar no mal menor. Parece que de repente desatou toda a gente a dar porrada em Bordallo II por causa daquela cena da passadeira de notas. Parece que de repente é uma grande inabilidade criticar o encontro chunga que invade Lisboa e o país. A critica às criticas tenta justificar a acção do líder religioso que aí vem. Parece que é melhor do que os seus antecessores. Parece, mas não é, desculpem. Quando isto acabar explico. Mais depressa do que de repente apetece mandar esta gente toda para um lado. Já mandei. Volto quando esta gente toda sair daqui para fora. isto já fede.

O cartoon é da Cristina Sampaio.