O primeiro-ministro não gosta de jornalistas ofegantes de auricular em permanente exercício. Detesta perguntas mais ousadas e quer acabar com a televisão pública, acabando com publicidades e outros apoios desnecessários. Tudo o que vai ser feito para que as vontades do primeiro-ministro sejam lei, vai ser tudo o que a direita costuma fazer sempre que se instala. A direita no poder não traz serenidade, nem bons desempenhos. Traz vingança e vontade de destruir tudo o que são serviços públicos.
Luís Montenegro não tem no percurso profissional e político nada que nos descanse. É um ajustador ao serviço de privados de sucesso que vivem de públicos diversos. Sinceramente não percebo a demissão de António José Teixeira, jornalista experimentado, sereno, logo próximo das premissas do senhor primeiro-ministro. Mas há serenidades que incomodam. São as que não se acomodam. Provavelmente é isso. Mas acrescente-se que toda a direção foi demitida sem qualquer explicação. Faz todo o sentido. A direita no poder não explica - faz. Faz o que lhe apetece. Quem manda, manda sem a necessidade de explicar coisa nenhuma. Força, senhor primeiro-ministro: há um país inteiro para se livrar de serviços públicos. Do seu lado direito tem já muita gente que o pode ajudar. E mais vão aparecer, vai ver. Vão estar todos consigo. Vão apoiá-lo e amá-lo até devorá-lo. É sempre o que acontece, nas histórias da História. Mas perceber a História não é propriamente a sua maior preocupação, não é verdade?