Conheço a Maria João desde os meus primeiros tempos de actividade. Ela foi a primeira jornalista a recomendar-me, nas páginas do então Diário Popular, onde escrevia notas sobre cultura e afins. A fotografia que associo a esta homenagem foi por mim tirada durante a abertura de uma exposição/lançamento de O TEODOLITO, de Luiz Pacheco, em edição da Estuário. Eu e a Fátima Rolo Duarte, sua filha e também minha amiga, fizemos uma intervenção estética que decorreu na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, em novembro de 1990.
A Maria João Duarte foi pioneira do jornalismo em Portugal. Primeira mulher a escrever sobre desporto, estendia o seu conhecimento e cultura a muitas outras áreas. Foi uma autora competente de peças jornalísticas de desporto, música, humor, publicidade, artes visuais e muitas mais vidas.
A Maria João Duarte foi uma mulher excepcional. Estar com ela era um prazer e uma aprendizagem. Esta morte surpreendeu-me. Pensava muito nela, Falo muito nela e nas suas histórias, mas nunca imaginei este fim, que me dói muito. Tanto. Tristeza imensa que me inunda a cabeça de recordações de vidas passadas com outros amigos. Os filhos que lhe morreram. Um deles, o Pedro, meu amigo de tanta conversa e convívio líquido. Resta-me dar um abraço apertado à Fátima. Dias sombrios, estes. É muito triste perdermos alguém assim. Mas foi tão bom viver no seu tempo. Muito obrigado, Maria João.
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