Fotografia de Alfredo Cunha/emCausa |
sábado, 31 de maio de 2025
Causas
sexta-feira, 30 de maio de 2025
O Venâncio
Conheci-o em 1990, quando eu era o director de imagem da revista LER. Trocámos algumas ideias sobre alguns assuntos, mas depois nunca mais estivemos perto um do outro. Há uns anos ele escreveu "Assim nasceu uma língua", publicado na Guerra e Paz, e eu percebi o quanto importante ele foi para percebermos a razão de falarmos esta língua tão maltratada, mas tão resistente e atraente. Morreu um homem que era uma Enciclopédia, um Dicionário, um Livro de Estilo, um Prontuário Ortográfico e um Escritor que preferiu investigar e perceber a Língua Portuguesa. Agora é lê-lo e perceber porque falamos assim. O trabalho de uma vida não é nada de deitar fora e esquecer. Muito obrigado, Fernando Venâncio.
Abjecto
LINHAS TORTAS | A SIC-N lança, pelos vistos por iniciativa de Bernardo Ferrão, o programa Linhas Direitas. Diz que é porque o país mudou. Três criaturas inenarráveis discutem os lugares da governação. Três indescritíveis malcriados espreitam para o poder agredindo a torto e a direito a Esquerda política parlamentar e as pessoas de esquerda. Será a normalização das novas linhas políticas, segundo a SIC, ou será a normalização do mal? Ou será que Bernardo Ferrão também vai lançar um programa de debate intitulado Linhas Esquerdas? Ou Linhas Tortas, vá, apesar de tudo sempre se inscrevia com alguma decência no contraditório.
A Festa do Mar
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Parolos ao governo
O vigarista de bairro foi indigitado. O Presidente recordista nas dissoluções fez-lhe o inesperado convite. São tão giros, estes políticos de pechisbeque. Teve muita graça o autómato Pinto Luz, hoje, no Jornal 2. Diz que falam com todos. Todos, todos, todos. A coisa pegou. É pano para todo o fato. O manteigueiro Pinto Luz está disponível para servir o país, diz, sem pingo de vergonha.
Contra a tristeza fascista
É uma peça de teatro que conta histórias das pessoas que faziam a ditadura estremecer. Situações de denúncia e militância política entusiasmaram os associados nestas colectividades, onde a resistência ao fascismo era a programação cultural. No distrito de Setúbal abundavam.
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Viva a Lia Gama
A Lia Gama faz hoje anos. Estreou-se cedo com os grandes actores e encenadores nos teatros lisboetas. Faz televisão e cinema. Lembro-me de a ver em peças nos Cómicos, Teatro da Graça. Trabalhou com encenadores como João Lourenço, Jorge Silva Melo, Luís Miguel Cintra, Ricardo Pais, Jorge Listopad, Fernando Gusmão, João Mota e Juvenal Garcês. Lembro-me de a ter visto em "Kilas" e de ter ficado fascinado pela belíssima actriz e pela personagem. Também a vi na Comuna, na Cornucópia e no Teatro Aberto (penso que ainda se chamava grupo4 e funcionava na Praça de Espanha). Conheci-a pessoalmente por causa da obsessão de Jorge Silva Melo em divulgar a grande poesia bem dita. Com outros actores dos Artistas Unidos foi a Setúbal divulgar poetas e poemas. A sala José Afonso, da Casa da Cultura, passou a ser o ponto de encontro para esses momentos de fruição literária. Lembro-me bem das leituras que fez com a Maria João Luís e com o Luís Lucas. Recordo os animados jantares e as saborosas conversas. Continua a dar-nos o prazer de a vermos fazer o que faz tão bem. Não desiste dessa vontade de interpretar o mundo, e nós só temos que lhe agradecer. Continua a estar connosco, Lia. Queremos estar contigo. Vamos juntos combater os novos fascistas que tanto nos irritam. É tão bom ver-te e ouvir-te. Parabéns pelo teu aniversário. Para o ano há mais. Até já.
terça-feira, 27 de maio de 2025
Morreu a Maria João Duarte
Conheço a Maria João desde os meus primeiros tempos de actividade. Ela foi a primeira jornalista a recomendar-me, nas páginas do então Diário Popular, onde escrevia notas sobre cultura e afins. A fotografia que associo a esta homenagem foi por mim tirada durante a abertura de uma exposição/lançamento de O TEODOLITO, de Luiz Pacheco, em edição da Estuário. Eu e a Fátima Rolo Duarte, sua filha e também minha amiga, fizemos uma intervenção estética que decorreu na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, em novembro de 1990.
Não há morte nem princípio
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Ilustrar a Fraternidade
sábado, 24 de maio de 2025
Fotografar com cultura
“Tudo existe para terminar numa fotografia”, escreveu Susan Sontag. Sebastião Salgado fez a grande fotografia da humanidade. Fotografou as existências difíceis com uma câmara culta e com atitude. Foi ele que uma vez disse. "Tu não fotografas com a câmara, fotografas com a tua cultura". É muito difícil ser mais lúcido.
Estive na abertura das suas grandes exposições em Portugal. Adquiri todas as publicações que consegui, permitindo assim ter uma sua exposição permanente privada. Sou um seguidor da sua actividade artística e cívica. Admirador da obra e do homem. Muito obrigado, senhor Sebastião Salgado. Foi bom viver no seu tempo.quarta-feira, 21 de maio de 2025
Ainda não viram nada...
O inenarrável fiteiro e mentiroso compulsivo que anda há anos ao colo da comunicação social em campanha permanente, ainda se queixa de maus-tratos por parte de quem lhe deu colinho. Os desmaios e as idas aos hospitais interromperam as edições televisivas. Baba e ranho inundaram monitores. O discurso de ódio por parte do labrego que lidera a bancada parlamentar e os "argumentos" de pacote de coisas estragadas atirados a toda a hora contra as lentes das câmaras televisivas pelo veterinário arruaceiro (bem, arruaceiros são todos), Foram de fazer transbordar a paciência de qualquer pessoa consciente da sua educação e tolerância. Mas os labregos não estão contentes. É que os comentadores comentam, como lhes é pedido. E parece que aí os labregos ainda não instalaram o balcão da sua taberna. O modelo a seguir é o de Trump e o discurso está a mudar. Os fascistas gostam de dar porrada. Pacheco Amorim, o ideólogo com a cabeça cheia de ódio, que o diga. Tudo o que comunica é contra nós. Tudo o que pensa é para abater. Vamos ficar sozinhos com os mentecaptos iletrados (eu sei, eu sei que alguns são licenciados, e então!?), que nos elegem. Vamos finalmente dar porrada nessa gente de cravo ao peito.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
O país vai de carrinho
Vai de carrinho, o país. A direita portuguesa, em tempos considerada a mais estúpida da Europa, passou a ter uma influência devastadora no país. Claro que sempre houve sinais que aqui e ali — Salazar como maior português em concurso televisivo de pacote, ódio aos emigrantes, desprezo pela cultura — revelavam já então esse crescimento, mas nunca como hoje se confirmavam em vontade de aplicação de orientações fascistas — o programa do Chega, da IL, e da própria AD estão minados de perigosos justicialismos pouco democráticos ou civilizados — com possibilidades de exercerem poder absoluto.
O crescimento da IL já seria um susto, mas o sucesso dos chiliques do caudilho tiveram o sucesso religioso da compaixão. Fado, Futebol e Fátima, foram marcas do outro fascismo que mostraram eficácia agora. Ventura vem do futebol e da religião, não tenho conhecimento da sua vocação fadista, mas é melhor não lhe darmos ideias. Sabemos que tudo lhe serve para manipular os incautos e favorecer os de sempre. E os de sempre preferem o poder político absoluto. Querem um caudilho.
Um mentiroso compulsivo passa a ser a oposição a um vigarista de bairro. Previsível: com o crescimento de eleitos das direitas dos malabarismos financeiros, desce o nível da política como causa pública. De quem é a culpa disto? A culpa não é dos cinquenta anos de democracia que estes energúmenos agora colocam como o mal de tudo o que existe. A democracia deu melhores condições de vida às pessoas. A corrupção não é argumento. O regime anterior caiu porque estava a cair de podre. A corrupção minava, mas era escondida. A comunicação social foi suporte do regime: corrupta e mentirosa. As grandes famílias — algumas agora com membros apoiantes do fascismo do Chega — manobravam, reprimiam e encobriam-se umas às outras, com a ajuda da PIDE e das polícias agressivamente ferozes - PSP nas cidades e GNR nos campos. Não existia liberdade de aprender e crescer culturalmente. As publicações mais interessantes eram proibidas. Salazar, o ditador criminoso, tudo controlava. O seu gosto era lei. O biltre dava ordens expressas à PIDE. Há uma circunstância que não é de menor importância. O fascista que manda no Chega — onde é tratado por "chefe"—, respondeu a um jornalista que o questionou sobre o que acabo de dizer com esta singela frase: "quero lá saber, eu nasci em 1983". Ou seja, a história nasceu com ele. O que está para trás que se lixe. O bandalho (para usar uma expressão que lhe é tão grata) é sempre o candidato a tudo. Nestas eleições nem se conhecem os eleitos. As listas com todos os nomes foram entregues no tribunal, como manda a lei, assegurava o "chefe", como se fosse assim que se faz e ponto final. Nas europeias, os malucos e as malucas que na rua o abordavam, respondiam aos jornalistas que era ele o candidato, sem perceberem que o verdadeiro candidato era o outro inenarrável estarola. Nas próximas autárquicas vai ser ele o candidato a todas as câmaras municipais e freguesias do país. O seu retrato irá aparecer ao lado do grunho encontrado lá num buraco qualquer. Dizem-me que nas autárquicas é diferente: as pessoas votam em pessoas, independentemente do partido a que pertencem. É? Têm a certeza? Então vamos lá apoiar democratas e fazedores. Mas não se esqueçam do TikTok. Se não os podes vencer. junta-te a eles, sim, mas para mudar o que estimula a estupidez. A inteligência e o progresso das ideias não pode ser "animal em vias de extinção". Boa sorte para toda a gente. Bem precisamos dela.
"O País Vai de Carrinho", é o título de uma canção de José Afonso, incluída no disco "Como se fora seu filho", gravado em 1983. O que está a acontecer levou-me até lá. A lucidez de José Afonso surpreende sempre.
Agradecimento
A Spinumviva agradece apoio dado pelo povo português a esta empresa que tanto tem dado à economia portuguesa. Obrigado do coração.
Miguel de Castro, poeta do mundo

Foi no sábado passado. Recordámos Miguel de Castro, poeta, nesta altura em que se assinalam 100 anos do seu nascimento. Sala da Biblioteca Pública de Setúbal a abarrotar para recordar um poeta, é obra. Obra, digo eu, e que obra, acrescento. Iremos editar toda a obra de Miguel de Castro no próximo ano. Livros já editados, poemas inéditos e muitos publicados na imprensa serão reunidos num surpreendente objecto, a que normalmente chamamos livro. Prometido.

Foi no sábado passado. Recordámos Miguel de Castro, poeta, nesta altura em que se assinalam 100 anos do seu nascimento. Sala da Biblioteca Pública de Setúbal a abarrotar para recordar um poeta, é obra. Obra, digo eu, e que obra, acrescento. Iremos editar toda a obra de Miguel de Castro no próximo ano. Livros já editados, poemas inéditos e muitos publicados na imprensa serão reunidos num surpreendente objecto, a que normalmente chamamos livro. Prometido.
domingo, 18 de maio de 2025
sábado, 17 de maio de 2025
Bico calado
sexta-feira, 16 de maio de 2025
Quem boa cama fizer nela se deita
Esta seria frase que a minha avó encontraria para classificar estas opções eleitorais. A sondagem hoje revelada pelo Público coloca o vigarista de bairro como vencedor absoluto desde que se alie aos ajustadores "mileinistas" da IL. E o escroque fascista dos chiliques desce mas pouco, apesar das "mariquices" exibidas (para usar a sua linguagem troglodita).
Claro que as sondagens valem o que valem, e cada um dá valor ao que lhe der na gana, mas tudo indica que há uma percentagem elevada do nosso povo que não se importa de ser governado por um vigarista sem escrúpulos, que mantém negócios manhosos mas altamente lucrativos, mesmo quando é primeiro-ministro e não tem medo de ninguém, nem está para perder tempo com rigores democráticos e republicanos, que isto é mesmo assim. Claro que a AD não vai conseguir aplicar o programa já à partida irrealista, aliada ao programa também irrealista mas no sentido contrário dos severos neoliberais. São todos neoliberais, é certo, mas uns mais neoliberais do que outros. Quanto às sondagens, que valem o que valem, espero que lhes cague o cão no caminho, como dizem os antigos.
Miguel de Castro
Vamos Conversar sobre Miguel de Castro e sobre a sua poesia. Vamos conversar das suas relações de amizade com outros grandes poetas portugueses. Da sua exigência e da sua ousadia estética. Miguel de Castro é um grande poeta em qualquer parte do mundo. Vamos conhecer os autores que o influenciaram. Vamos falar de Literatura autêntica, sem falsos aromas e sem rodriguinhos. Vai ser neste sábado, às quatro horas da tarde, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal. Apareçam.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Coitadinhos dos fascistazinhos
O povo gosta de vítimas. Agora os fascistas são uns choramingas. Puseram de lado as botas cardadas. Querem ser os coitadinhos da parada. Pensam assim entrar melhor no coração e cérebro (os que têm um) dos que elegem energúmenos em número elevado. Tão fofinhos que são os fascistazinhos. Quem quer votar no fascistazinho, que é tão rico e bonitinho?
terça-feira, 13 de maio de 2025
Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Bertolt Brecht