sábado, 31 de maio de 2025

Causas

Fotografia de Alfredo Cunha/emCausa

É um site de opinião que pretende reforçar a Esquerda pela via do pensamento político. A extrema-direita é contra a política. Isto é: contra a política que afronta os que não querem manifestações políticas. A extrema-direita encontrou em Portugal um líder que é pano para toda a manga. Nós não vestimos essa camisa de ruim pano.

Este sítio foi criado por quem insiste em dar opinião. Quem dá a sua opinião está a combater quem não quer opiniões. A extrema-direita quer o imobilismo. O chefe da extrema-direita quer a idolatria acéfala. Não vai dar. Vamos combater. Com palavras que são actos. Que isto é mesmo assim.
Faço parte da mobília desta casa que tem Causas lá dentro. Convidamos toda a gente a entrar. Sintam-se à vontade.
emCausa
Director: José Vítor Malheiros
Secretariado: Maria João Pica
Revisão de textos: Carlos Lobato
Design: José Teófilo Duarte / João Silva / DDLX
Webmaster: Joana Cardoso
Propriedade: Associação Causa Pública https://causapublica.org/
Conselho Editorial: Ana Drago, Carmo Afonso, Catarina Mourão, Daniel Oliveira, Désirée Pedro, Filipa Vala, Guilherme Rodrigues, Helder Verdade Fontes, Hugo Mendes, Isabel Moreira, Ivan Nunes, João Teixeira Lopes, José Reis, José Teófilo Duarte, Manuel Carvalho da Silva, Manuela Silva, Nuno Serra, Paula Cristina Marques, Paulo Martins, Paulo Pedroso, Paulo Pena, Ricardo Paes Mamede, Ricardo Sá Fernandes, Rogério Moreira.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

O Venâncio

Conheci-o em 1990, quando eu era o director de imagem da revista LER. Trocámos algumas ideias sobre alguns assuntos, mas depois nunca mais estivemos perto um do outro. Há uns anos ele escreveu "Assim nasceu uma língua", publicado na Guerra e Paz, e eu percebi o quanto importante ele foi para percebermos a razão de falarmos esta língua tão maltratada, mas tão resistente e atraente. Morreu um homem que era uma Enciclopédia, um Dicionário, um Livro de Estilo, um Prontuário Ortográfico e um Escritor que preferiu investigar e perceber a Língua Portuguesa. Agora é lê-lo e perceber porque falamos assim. O trabalho de uma vida não é nada de deitar fora e esquecer. Muito obrigado, Fernando Venâncio.

Abjecto

LINHAS TORTAS | A SIC-N lança, pelos vistos por iniciativa de Bernardo Ferrão, o programa Linhas Direitas. Diz que é porque o país mudou. Três criaturas inenarráveis discutem os lugares da governação. Três indescritíveis malcriados espreitam para o poder agredindo a torto e a direito a Esquerda política parlamentar e as pessoas de esquerda. Será a normalização das novas linhas políticas, segundo a SIC, ou será a normalização do mal? Ou será que Bernardo Ferrão também vai lançar um programa de debate intitulado Linhas Esquerdas? Ou Linhas Tortas, vá, apesar de tudo sempre se inscrevia com alguma decência no contraditório.

A Festa do Mar

Este livro é sobre a vibração das festas populares. O encantamento, a alegria, a comoção que interfere no espirito das pessoas. Uma tese de Nuno Guerreiro Soares que passa a livro publicado pela Estuário, e desenhado pela DDLX. Um bom documento para se recordarem os bons momentos passados nesta Festa que envolve as gentes do mar, e também quem respeita quem anda no mar. O lançamento é neste próximo sábado, dia 31 de maio, às 15h30, na Igreja de São Sebastião, em Setúbal.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Parolos ao governo

O vigarista de bairro foi indigitado. O Presidente recordista nas dissoluções fez-lhe o inesperado convite. São tão giros, estes políticos de pechisbeque. Teve muita graça o autómato Pinto Luz, hoje, no Jornal 2. Diz que falam com todos. Todos, todos, todos. A coisa pegou. É pano para todo o fato. O manteigueiro Pinto Luz está disponível para servir o país, diz, sem pingo de vergonha.

A chamada comunicação social está em polvorosa. Quer encontrar o chamado líder da oposição. Não há um líder da oposição, caríssimos. Há lideres da oposição. Querem saber nomes? Eu digo: Rui Tavares, Paulo Raimundo, Mariana Mortágua e mais quem for para líder do partido socialista. Assim, dito de repente, é o que se pode arranjar. O fascista que saiu do partido do governo não é oposição - é farinha do mesmo saco. Ele e todos os que o acompanham. São biltres fascistas. Esclarecidos?!
Entretanto o almirante parolo apareceu em apresentação da inesperada candidatura a Presidente. Fato assertoado, em dia de sol abrasador, em pose parola de quem não sabe estar, em sala cheia de parolos. Diz que ama este país, e desata em bojardas de bradar aos céus. O desalinho verbal é de uma evidente inabilidade retórica. O grafismo apresentado nas paredes da sala é parolo como o candidato.
Já agora: o desfile de parolos do partido fascista nas televisões anda servido em doses generosas. O "chefe" e seus adjuntos andam num reboliço de canal em canal. O colo continua. SIC e TVI são esgotos a céu aberto.
Somos um país de parolos? Provavelmente sim, mas é melhor começarmos a sair deste terreno contaminado. Somos diferentes. A nossa diferença tem que ser assumida. Agora mais do que nunca. Não somos parolos: somos contra eles.

Contra a tristeza fascista


É uma peça de teatro que conta histórias das pessoas que faziam a ditadura estremecer. Situações de denúncia e militância política entusiasmaram os associados nestas colectividades, onde a resistência ao fascismo era a programação cultural. No distrito de Setúbal abundavam.

José Afonso circulava de terra em terra em sessões de esclarecimento sonoro, chamemos-lhe assim para facilitar. Em Setúbal foi um dos fundadores do Círculo Cultural (na altura instalado na avenida 5 de Outubro e posteriormente na casa que é hoje a Casa Da Cultura). O Círculo fez cócegas ao fascismo. A PIDE andava sempre por perto. No Barreiro também fervilhava a actividade colectiva. Eram contadas as mais incríveis histórias de corajosas sessões decorridas nos ambientes barreirenses. Muito devemos a esta gente. Claro que nem todos se apercebem destas coisas. José Afonso apercebeu-se: "Há quem viva sem dar por nada, há quem morra sem tal saber", escreveu e cantou. Esta peça relembra e homenageia as pessoas que viveram e deram por isso.Tiveram a coragem de resistir. Resistir com inteligência e alegria. Sim, lutamos pelo direito à alegria, contra a tristeza fascista.
A peça é uma criação de Isabel Mões e vai estar em cena nos Penicheiros nos dias 31 de Maio e 1, 6, 7 e 8 de Junho. O título parece desafiar o crescimento dos que querem que tudo ande para trás. Não é uma proposta de recuo, é uma interpretação de um passado que não queremos que regresse. O futuro não pode ser tão sombrio.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Viva a Lia Gama



A Lia Gama faz hoje anos. Estreou-se cedo com os grandes actores e encenadores nos teatros lisboetas. Faz televisão e cinema. Lembro-me de a ver em peças nos Cómicos, Teatro da Graça. Trabalhou com encenadores como João Lourenço, Jorge Silva Melo, Luís Miguel Cintra, Ricardo Pais, Jorge Listopad, Fernando Gusmão, João Mota e Juvenal Garcês. Lembro-me de a ter visto em "Kilas" e de ter ficado fascinado pela belíssima actriz e pela personagem. Também a vi na Comuna, na Cornucópia e no Teatro Aberto (penso que ainda se chamava grupo4 e funcionava na Praça de Espanha). Conheci-a pessoalmente por causa da obsessão de Jorge Silva Melo em divulgar a grande poesia bem dita. Com outros actores dos Artistas Unidos foi a Setúbal divulgar poetas e poemas. A sala José Afonso, da Casa da Cultura, passou a ser o ponto de encontro para esses momentos de fruição literária. Lembro-me bem das leituras que fez com a Maria João Luís e com o Luís Lucas. Recordo os animados jantares e as saborosas conversas. Continua a dar-nos o prazer de a vermos fazer o que faz tão bem. Não desiste dessa vontade de interpretar o mundo, e nós só temos que lhe agradecer. Continua a estar connosco, Lia. Queremos estar contigo. Vamos juntos combater os novos fascistas que tanto nos irritam. É tão bom ver-te e ouvir-te. Parabéns pelo teu aniversário. Para o ano há mais. Até já.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Morreu a Maria João Duarte

Conheço a Maria João desde os meus primeiros tempos de actividade. Ela foi a primeira jornalista a recomendar-me, nas páginas do então Diário Popular, onde escrevia notas sobre cultura e afins. A fotografia que associo a esta homenagem foi por mim tirada durante a abertura de uma exposição/lançamento de O TEODOLITO, de Luiz Pacheco, em edição da Estuário. Eu e a Fátima Rolo Duarte, sua filha e também minha amiga, fizemos uma intervenção estética que decorreu na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, em novembro de 1990.

A Maria João Duarte foi pioneira do jornalismo em Portugal. Primeira mulher a escrever sobre desporto, estendia o seu conhecimento e cultura a muitas outras áreas. Foi uma autora competente de peças jornalísticas de desporto, música, humor, publicidade, artes visuais e muitas mais vidas.
A Maria João Duarte foi uma mulher excepcional. Estar com ela era um prazer e uma aprendizagem. Esta morte surpreendeu-me. Pensava muito nela, Falo muito nela e nas suas histórias, mas nunca imaginei este fim, que me dói muito. Tanto. Tristeza imensa que me inunda a cabeça de recordações de vidas passadas com outros amigos. Os filhos que lhe morreram. Um deles, o Pedro, meu amigo de tanta conversa e convívio líquido. Resta-me dar um abraço apertado à Fátima. Dias sombrios, estes. É muito triste perdermos alguém assim. Mas foi tão bom viver no seu tempo. Muito obrigado, Maria João.

Não há morte nem princípio

Chamava-se Mariana. Foi minha mãe. Passam hoje oito anos sobre a sua morte. As nossas origens nunca se esquecem. E é assim que deve ser. Quem teve como preocupação primeira a nossa existência merece ser recordado. Não por demonstração pretensiosa da nossa parte — é claro que não merecemos tanta atenção —, mas por respeito por quem tem essa preocupação primeira. Mesmo que eu fosse ladrão, a minha mãe estaria sempre ali, preocupada com tudo o que me pudesse acontecer. Não dei em ladrão, sempre me preocupei em ser honesto e em apreciar os melhores comportamentos. Em respeitar todos os outros. Todos mesmo, incluindo os animais, que percebem bem quando são respeitados. Os pais têm valores que passam aos filhos. É assim que deve ser. Foi o que aconteceu comigo. Espero não ter desiludido, e, eternamente reconhecido, agradeço-lhes esta possibilidade de estar aqui. Viver é bom. Viver com atitudes e valores ainda é melhor. Obrigado.

Notas: o título deste comentário pertence a Mário Dionísio, claro está. Uma vida é sempre um prolongamento de outra. Continuo a sentir a vida dos meus pais quando me revejo em gestos e vontades. Acontece tanto.
O registo fotográfico foi feito no natal de 1999, em minha casa. O cão era o Bob. A minha mãe gostava muito dele. Sempre tivemos animais lá em casa.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Ilustrar a Fraternidade


Está a acontecer no Município de Grândola com entusiasmo e muita participação. As exposições GRAFISMOS EM LIBERDADE, com materiais do Arquivo Ephemera e Biblioteca Silva, e OLHARES DO ANDARILHO, mostra redesenhada sobre a importância do design gráfico na obra de José Afonso, foram seguidas de esclarecedores debates em que participaram José Pacheco Pereira, Jorge Silva e Ana Nogueira, na conversa sobre a primeira exposição, e Henrique Cayatte e novamente Ana Nogueira na exposição sobre as capas dos discos de José Afonso. Fui o responsável pelo design expositivo e moderei os debates. Sinto-me um privilegiado por isso. O que a gente aprende a ouvir a a conversar...
E vamos continuar.






sábado, 24 de maio de 2025

Fotografar com cultura

“Tudo existe para terminar numa fotografia”, escreveu Susan Sontag. Sebastião Salgado fez a grande fotografia da humanidade. Fotografou as existências difíceis com uma câmara culta e com atitude. Foi ele que uma vez disse. "Tu não fotografas com a câmara, fotografas com a tua cultura". É muito difícil ser mais lúcido.

Estive na abertura das suas grandes exposições em Portugal. Adquiri todas as publicações que consegui, permitindo assim ter uma sua exposição permanente privada. Sou um seguidor da sua actividade artística e cívica. Admirador da obra e do homem. Muito obrigado, senhor Sebastião Salgado. Foi bom viver no seu tempo.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Ainda não viram nada...

O inenarrável fiteiro e mentiroso compulsivo que anda há anos ao colo da comunicação social em campanha permanente, ainda se queixa de maus-tratos por parte de quem lhe deu colinho. Os desmaios e as idas aos hospitais interromperam as edições televisivas. Baba e ranho inundaram monitores. O discurso de ódio por parte do labrego que lidera a bancada parlamentar e os "argumentos" de pacote de coisas estragadas atirados a toda a hora contra as lentes das câmaras televisivas pelo veterinário arruaceiro (bem, arruaceiros são todos), Foram de fazer transbordar a paciência de qualquer pessoa consciente da sua educação e tolerância. Mas os labregos não estão contentes. É que os comentadores comentam, como lhes é pedido. E parece que aí os labregos ainda não instalaram o balcão da sua taberna. O modelo a seguir é o de Trump e o discurso está a mudar. Os fascistas gostam de dar porrada. Pacheco Amorim, o ideólogo com a cabeça cheia de ódio, que o diga. Tudo o que comunica é contra nós. Tudo o que pensa é para abater. Vamos ficar sozinhos com os mentecaptos iletrados (eu sei, eu sei que alguns são licenciados, e então!?), que nos elegem. Vamos finalmente dar porrada nessa gente de cravo ao peito. 

Estamos perante uma chusma de gente ignorante, mal formada e agressiva. Se forem poder serão os seus eleitores as primeiras vítimas, mas as vítimas apaixonaram-se pelo carrasco. Não queiramos experimentar esta gente no poder, como defendem alguns. Não percebem nada. Mas não, não são revoltados inconscientes. São gente má, consciente da sua maldade ajustadora. Ouvimo-los por aí: "eles que vão para a terra deles", "Não querem é trabalhar", "Tenho muito orgulho em ter sido combatente", "Deixem o Ventura governar que vão ver onde está o subsídio". "A mama vai acabar", "Isto precisava era de 10 salazares". Muitos destes impropérios são ditos por gente que até está a receber subsídios, sem perceberem que vão levar por tabela. Foi esse o discurso ajustador de Trump contra os apoios ao conhecimento e à sociedade civil mais fragilizada, e o resultado é devastador. Desemprego, miséria, desespero. O mesmo aconteceu com Milei na Argentina. "Não vamos ser fofinhos", "a bandalheira vai acabar", "A Arte, a Cultura e a Educação são excrescências". "Fuera". A regressão está a atingir níveis de incivilização nunca antes vistos. Trump quer ser tudo. Orban também, e Ventura também.
Não, não pensem os desgraçados que votaram nesta gente que Ventura (parece que é sempre ele sozinho que vai ser tudo) vai acabar com a corrupção. Vai, isso sim, acabar com os apoios a quem precisa, e entregar tudo aos seus apoiantes ricos, como fez Salazar. Os apoios a quem precisa vão acabar se o palonço for alguma vez governo, é limpinho. Mas é a isso que ele chama corrupção. Ele é que sabe o que isso é. Como Salazar, já tão citado e almejado sem que exibam um mínimo de vergonha na cara, os imbecis. Só para desanuviar: um dia destes vi um vídeo muito partilhado pela corja do Chega, em que o ideólogo/comunicador/fascista José Hermano Saraiva dizia, em entrevista a Fátima Campos Ferreira (gabo-lhe a pachorra), que Salazar foi uma sorte que nos saiu na rifa porque era um santo. Confesso que soltei uma gargalhada perante esta tirada imbecil do não-historiador de serviço do fascismo. Mas esta gentalha tosca e ignorante partilha a homenagem ao ditador criminoso em pasmo de elogio. Enfim, como escreveu José Afonso: "Há quem viva sem dar por nada, há quem morra sem tal saber". Vamos continuar a lutar contra a ignominia e a ignorância. Estes labregos não passarão.

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segunda-feira, 19 de maio de 2025

O país vai de carrinho


Vai de carrinho, o país. A direita portuguesa, em tempos considerada a mais estúpida da Europa, passou a ter uma influência devastadora no país. Claro que sempre houve sinais que aqui e ali — Salazar como maior português em concurso televisivo de pacote, ódio aos emigrantes, desprezo pela cultura — revelavam já então esse crescimento, mas nunca como hoje se confirmavam em vontade de aplicação de orientações fascistas — o programa do Chega, da IL, e da própria AD estão minados de perigosos justicialismos pouco democráticos ou civilizados — com possibilidades de exercerem poder absoluto.

O crescimento da IL já seria um susto, mas o sucesso dos chiliques do caudilho tiveram o sucesso religioso da compaixão. Fado, Futebol e Fátima, foram marcas do outro fascismo que mostraram eficácia agora. Ventura vem do futebol e da religião, não tenho conhecimento da sua vocação fadista, mas é melhor não lhe darmos ideias. Sabemos que tudo lhe serve para manipular os incautos e favorecer os de sempre. E os de sempre preferem o poder político absoluto. Querem um caudilho. 

Um mentiroso compulsivo passa a ser a oposição a um vigarista de bairro. Previsível: com o crescimento de eleitos das direitas dos malabarismos financeiros, desce o nível da política como causa pública. De quem é a culpa disto? A culpa não é dos cinquenta anos de democracia que estes energúmenos agora colocam como o mal de tudo o que existe. A democracia deu melhores condições de vida às pessoas. A corrupção não é argumento. O regime anterior caiu porque estava a cair de podre. A corrupção minava, mas era escondida. A comunicação social foi suporte do regime: corrupta e mentirosa. As grandes famílias — algumas agora com membros apoiantes do fascismo do Chega — manobravam, reprimiam e encobriam-se umas às outras, com a ajuda da PIDE e das polícias agressivamente ferozes - PSP nas cidades e GNR nos campos. Não existia liberdade de aprender e crescer culturalmente. As publicações mais interessantes eram proibidas. Salazar, o ditador criminoso, tudo controlava. O seu gosto era lei. O biltre dava ordens expressas à PIDE. Há uma circunstância que não é de menor importância. O fascista que manda no Chega — onde é tratado por "chefe"—, respondeu a um jornalista que o questionou sobre o que acabo de dizer com esta singela frase: "quero lá saber, eu nasci em 1983". Ou seja, a história nasceu com ele. O que está para trás que se lixe. O bandalho (para usar uma expressão que lhe é tão grata) é sempre o candidato a tudo. Nestas eleições nem se conhecem os eleitos. As listas com todos os nomes foram entregues no tribunal, como manda a lei, assegurava o "chefe", como se fosse assim que se faz e ponto final. Nas europeias, os malucos e as malucas que na rua o abordavam, respondiam aos jornalistas que era ele o candidato, sem perceberem que o verdadeiro candidato era o outro inenarrável estarola. Nas próximas autárquicas vai ser ele o candidato a todas as câmaras municipais e freguesias do país. O seu retrato irá aparecer ao lado do grunho encontrado lá num buraco qualquer. Dizem-me que nas autárquicas é diferente: as pessoas votam em pessoas, independentemente do partido a que pertencem. É? Têm a certeza? Então vamos lá apoiar democratas e fazedores. Mas não se esqueçam do TikTok. Se não os podes vencer. junta-te a eles, sim, mas para mudar o que estimula a estupidez. A inteligência e o progresso das ideias não pode ser "animal em vias de extinção". Boa sorte para toda a gente. Bem precisamos dela.

"O País Vai de Carrinho", é o título de uma canção de José Afonso, incluída no disco "Como se fora seu filho", gravado em 1983. O que está a acontecer levou-me até lá. A lucidez de José Afonso surpreende sempre. 

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Agradecimento

A Spinumviva agradece apoio dado pelo povo português a esta empresa que tanto tem dado à economia portuguesa. Obrigado do coração.

Miguel de Castro, poeta do mundo

Foi no sábado passado. Recordámos Miguel de Castro, poeta, nesta altura em que se assinalam 100 anos do seu nascimento. Sala da Biblioteca Pública de Setúbal a abarrotar para recordar um poeta, é obra. Obra, digo eu, e que obra, acrescento. Iremos editar toda a obra de Miguel de Castro no próximo ano. Livros já editados, poemas inéditos e muitos publicados na imprensa serão reunidos num surpreendente objecto, a que normalmente chamamos livro. Prometido.

Miguel de Castro foi o primeiro autor da Estuário Publicações. Foi aliás por sua causa que a editora se formou. O entusiasmo que ele e eu sentimos ao trabalhar no seu TERRAL, levou-me depois a experimentar mais territórios editoriais. Sempre sem o objectivo do lucro, mas sim do convívio entre fazedores de coisas culturais. Muita gente se juntou ao empreendimento amador (amar faz bem), e muitos trabalhos foram lançados. Agora, o poeta é de novo motivo para a renovação da editora. Vamos renovar imagem e lançar um sítio na web onde a concepção desse projecto de edição da obra do poeta vai ser notícia e razão para se "perceber" a poesia. Iremos colocar o poeta no mapa da Poesia do Mundo, seja lá isso o que quisermos que seja. Não percam os próximos desenvolvimentos.

domingo, 18 de maio de 2025

Que farei quando tudo arde?

Quando a corja topa da janela... RESISTÊNCIA.

Sugestão

"VOTO, UMA ARMA DO POVO", diziam os cartazes do MFA em 1975. Em 2025 o dito é redito. O apelo continua actual. Bom voto para todos.

sábado, 17 de maio de 2025

Bico calado

Parece que hoje não se pode dizer nada. É por isso que me vou limitar a colocar aqui este cartaz irrelevante, que não se mete em política. Hoje não posso dizer que é importante reduzir a um arroto pouco sonoro o pantomineiro de serviço à campanha do partido fascista. Se o ridículo matasse, o parolo nem teria nascido. 

Não tenhamos dúvidas; as sondagens são campanha eleitoral. O eleitorado flutuante é quem mais ordena. As sondagens dão jeito a essa massa que procura vencedores. A ignorância é atrevida e vota. E chora e lamenta-se. É preciso reagir à apologia do imobilismo. É preciso votar contra os fascistas que crescem regados pela ignorância que sempre andou por aí. Não deixemos crescer a erva daninha.

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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Quem boa cama fizer nela se deita

Esta seria frase que a minha avó encontraria para classificar estas opções eleitorais. A sondagem hoje revelada pelo Público coloca o vigarista de bairro como vencedor absoluto desde que se alie aos ajustadores "mileinistas" da IL. E o escroque fascista dos chiliques desce mas pouco, apesar das "mariquices" exibidas (para usar a sua linguagem troglodita).

Claro que as sondagens valem o que valem, e cada um dá valor ao que lhe der na gana, mas tudo indica que há uma percentagem elevada do nosso povo que não se importa de ser governado por um vigarista sem escrúpulos, que mantém negócios manhosos mas altamente lucrativos, mesmo quando é primeiro-ministro e não tem medo de ninguém, nem está para perder tempo com rigores democráticos e republicanos, que isto é mesmo assim. Claro que a AD não vai conseguir aplicar o programa já à partida irrealista, aliada ao programa também irrealista mas no sentido contrário dos severos neoliberais. São todos neoliberais, é certo, mas uns mais neoliberais do que outros. Quanto às sondagens, que valem o que valem, espero que lhes cague o cão no caminho, como dizem os antigos.

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Miguel de Castro

Vamos Conversar sobre Miguel de Castro e sobre a sua poesia. Vamos conversar das suas relações de amizade com outros grandes poetas portugueses. Da sua exigência e da sua ousadia estética. Miguel de Castro é um grande poeta em qualquer parte do mundo. Vamos conhecer os autores que o influenciaram. Vamos falar de Literatura autêntica, sem falsos aromas e sem rodriguinhos. Vai ser neste sábado, às quatro horas da tarde, na Biblioteca Pública Municipal de
Setúbal. Apareçam.

O POEMA
Diante da brancura do papel
Aguardo a inspiração... Depois começo
Por tropeçar no meu verso:
Um súbito calor arde-me a pele,
E chegam as palavras em tropel
Como crianças. Muitas aborreço.
Não servem as metáforas que teço...
Outras esperam como num bordel.
Não sei o que fazer no meu desgosto.
E transpiro na hora de escolher
As palavras que surgem de repente
E tenho de escrever a contragosto.
E o meu poema acaba por nascer,
Sem saber como, ali, na minha frente!
Miguel de Castro, OS SONETOS. Estuário, 2002

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Coitadinhos dos fascistazinhos


O povo gosta de vítimas. Agora os fascistas são uns choramingas. Puseram de lado as botas cardadas. Querem ser os coitadinhos da parada. Pensam assim entrar melhor no coração e cérebro (os que têm um) dos que elegem energúmenos em número elevado. Tão fofinhos que são os fascistazinhos. Quem quer votar no fascistazinho, que é tão rico e bonitinho?

terça-feira, 13 de maio de 2025

Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Bertolt Brecht

Design de comunicação

 ALDA ROSA | É apresentado hoje, no MUDE - Museu do Design. Imperdível.

segunda-feira, 12 de maio de 2025