quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Identificação de um direito

Montenegro não percebe as razões que justificam uma Greve Geral. O partido salazarista e aquele que se diz liberal (desde que o Estado o ature) também não. O partido salazarista sugere mesmo que se troquem designações: não é trabalhadores que se diz; é colaboradores.
Tudo isto seria apenas ridículo porque esta gente é ridícula, mas acontece que estão em lugares que prejudicam as pessoas e não têm vergonha nenhuma de o fazer. Chamam reformas aos atentados aos direitos conquistados das pessoas. As pessoas são bolas do seu bilhar.
 
A ideia é esta: quem paga manda, escolhe quem explora e manda embora quem lhe apetece quando lhe apetece. Mais: se queres emprego tens de trabalhar de borla quando o patrão mandar, porque é ele que paga. E assim se vai lançando a indignidade em alterações à lei que rege a relação entre os heróis empreendedores e os exploradores dos chamados trabalhadores que com eles colaboram. 
 
Uma medalha enviada por um jornal "lá de fora", especializado em economias e mais-valias, atribuída a Portugal por estar no rumo certo, levou-os ao espasmo verbal. Não se calam: estão a ver? Nunca estivemos tão bem. Esquecem-se que outras medalhas semelhantes já tinham sido colocadas na lapela de governos anteriores. Lembram-se do que disse Montenegro nessa altura? Disse assim: "O país está melhor, mas as pessoas não". Pois é, a história repete-se, mas agora conta-se de outra maneira. É que as pessoas já estão mal, mas a lei proposta vai pôr toda a gente que colabora e até quem trabalha mesmo na corda-bamba. Tornar toda a gente precária é proposta evidente do governo, dos salazaristas e dos liberais de meia-tigela. Há razões para uma Greve Geral, meus senhores. E não são poucas.
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