É como se passasse uma certa estratégia do humor britânico para a fotografia. As suas fotografias "brincaram" com os dias das pessoas da sua terra. Ao primeiro olhar, estas imagens não são um documento que assinala ou denuncia. Estas pessoas parecem ser colocadas ali pelo artista que assim imortaliza comportamentos e ambientes, que afinal são reais e únicos como um documento. Cores saturadas em grandes planos preenchidos por gente que ora parece ali estar inadvertidamente, ora parece querer sair dali para fora. A massificação do turismo foi ponto crítico assumido e revelado. Percebe-se, não é verdade?Conheço o trabalho de Martin Parr desde a primeira vez que fui a Londres. Nunca mais deixei de o seguir. O humor e a arte daquelas paragens mudaram o meu mundo. Foram os artistas desse tempo que me ensinaram a olhar de outra maneira para a nossa inquietante e frágil existência.
Agora partiu para o lugar onde a nossa memória o colocar, deixando um rasto de belíssimas imagens que marcaram bem o seu tempo de artista. Muito Obrigado, senhor Martin Parr.