sábado, 14 de junho de 2025

Regresso ao teatro






O JUIZ DA BEIRA | O texto é de Gil Vicente. Aborda a complexidade da justiça. Quem julga melhor? O povo ou o Estado? Gil Vicente esteve muito à frente do seu tempo. Conhecem o estilo, não é verdade?

A peça foi posta em cena pelo TAS em março de 1984. O encenador, Duarte Victor, convocou-me para fazer toda a imagem: cenografia, figurinos e design de comunicação. Para catálogo sugeri fazer uma banda desenhada. Foi a primeira e última vez que me deu para isso. Fiz uma pintura mural cenográfica que aludiu a um ambiente rural pós-medieval e os figurinos também, apesar de com uma olhadela para o trabalho de Loustal e Bruegel. Inspiração e reconhecimento. Os desenhos do guarda-roupa foram interpretados por uma grande senhora da área: Amélia Varejão. Foi ela que costurou todas as roupagens. Actores e actrizes: Carlos Rodrigues (Manel Bola), Asdrúbal Teles Pereira, Gil António, Isabel Ganilho, Manuela Couto, Maria Simões, Nuno Melo e Pompeu José. A música foi concebida pelo Carlos Curto e executada pelos D'isto e A'aquilo. A adaptação da dramaturgia pertenceu a Mariano Gonçalves. Técnicos: António Piçarra e António Rosa. As fotografias aqui publicadas são do Pedro Soares.
Trago para aqui este assunto porque estou neste momento a trabalhar com o TAS e com Duarte Victor, em outra peça que é uma repetição por esta companhia: "Os Três Fósforos", de Teresa Rita Lopes. A primeira representação foi em 1978 e foi encenada por Carlos César. Quem tratou da imagem na altura foi Asdrúbal Teles. Também trabalhei com Teresa Rita Lopes numa publicação sobre Fernando Pessoa que ela coordenou literariamente e eu graficamente. Trabalho que foi encomenda do Centro Nacional de Cultura no tempo da minha querida amiga Helena Vaz da Silva. O texto de "Os Três Fósforos" é incrível na interpretação que faz dos sentimentos de liberdade de quem a perdeu. Texto belíssimo.
Enfim, mas sobre o que vai acontecer falamos mais tarde. Para já ficam estas recordações. Que são boas e nos fizeram crescer melhor. Até já.