sábado, 31 de janeiro de 2009

Chefe de Estado às vezes


Aníbal Cavaco Silva, Chefe de Estado, classificou o caso Freeport como um assunto de estado, como tal, ele, como Chefe de Estado, não comenta. Enfim, o costume.

Deambulatório

Aos sábados, opiniões escolhidas entre as publicadas nas redondezas.

Ficção & Realidade - Da longa entrevista que a procuradora Cândida Almeida, directora do DCIAP e responsável pela investigação do Caso Freeport, deu hoje a Judite de Sousa (RTP), retive duas passagens muito esclarecedoras:
1. Grande parte do que passa por fugas de informação são meras invenções. Exemplo: as autoridades inglesas em nenhuma circunstância solicitaram informação sobre as contas de José Sócrates.
2. Cândida Almeida não viu (e não quer ver) o famoso DVD, o qual, aliás, não consta do inquérito. Os outros magistrados que investigam o caso também não.
Gostava de ver os jornais de amanhã a sublinhar estes pontos, por muito que lhes custe dar o braço a torcer. Afinal, foi com base neles que o Caso Freeport virou questão de Estado.
Eduardo Pitta Da Literatura


Canal história - Em 1980, ano de eleições legislativas, era então Francisco Sá Carneiro primeiro-ministro, a Oposição resvalou para a «luta policial» (em vez da luta política). O Diário, jornal do PCP, foi o primeiro a lançar a campanha das alegadas dívidas de Francisco Sá Carneiro à banca (à mistura, envolveram a sua vida pessoal e privada ao barulho) e insistiu no tema até à exaustão. Em meados de Agosto, na RTP – não haviam mais canais e tinha acabado de estrear o colorido – Sá Carneiro defendeu-se do «combate larvar» que lhe moviam. Em Outubro, a AD obteve a segunda maioria absoluta.
Tomás Vasques Hoje há conquilhas

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Receituário


Às sextas-feiras, um som com nome de gente.

Working on a dream | Bruce Springsteen
Sony music

Já está entre nós. Aos treze originais é acrescentado um dvd com o making of do trabalho.
Nada de novo a bordo, mas é o Boss. Bons ouvidos o ouçam.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Papel de embrulho

Não deixa de ser interessante perceber o "profissionalismo" com que alguma imprensa trata este caso do Freeport de Alcochete. Cavaco teve que esperar pelo fim da intervenção de Sócrates para o habitual encontro das quintas-feiras. Um jornalista da Visão, em funções de comentador na SIC-N, acreditava que Cavaco devia estar fulo por ter de esperar pelo primeiro-ministro por tão pouco entretenimento. Pouco?! De facto será pouco para quem tem de lidar com os empecilhos Oliveira e Costa e Dias Loureiro, mas a visão parece-me excessiva.
Também o agora azougado comentador Ricardo Costa, no mesmo serviço televisivo, assegura que o processo de licenciamento da superfície comercial mais famosa do momento, foi tratado com toda a legalidade, mas considera que os jornalistas que vasculham, especulam e procuram os crimes e escapadelas em que nem eles próprios acreditam, estão a desempenhar o seu papel.
Há jornalistas que se embrulham em cada papel...

Venceremos!

Ilda Figueiredo vai ser a candidata do PCP ao parlamento europeu. A confiar nas palavras de Jerónimo de Sousa e da esganiçada eurodeputada, no acto de apresentação, a revolução socialista está aí a rebentar. E é nos palcos europeus que se vai dar o evento.
Avisam com a antecedência que torne possível encontrar a porta de saída? Era simpático...
Quanto à escolha de Ilda, parabéns à prima.

Com todo o respeito

O professor António Borges, agora dirigente nacional e pelos vistos voz da consciência do PSD, diz, com incontida alegria, que o caso Freeport não lhes diz respeito: limitam-se a observar o desenrolar dos acontecimentos. Pois não diz. No que diz respeito a suspeitas de corrupção já estão bem servidos, não é verdade? Até há um "mordomo" de Cavaco "guardado" para o que der e vier. Com o devido respeito, é claro.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mais um coelho que sai da cartola


Manuel Coelho, presidente da autarquia de Sines, bateu com a porta lá no partido. Já não suportava "críticas e recriminações" que entende serem "idiotas, absurdas, insuportáveis e não toleráveis". Acrescenta ainda que o PCP "está impregnado de um conjunto de características típicas de organizações dogmáticas, com disciplina de caserna, que o tornam uma organização estalinizada, com práticas reaccionárias, envolvidas de um discurso pretensamente progressista, mas, de facto, retrógrado".
Ao fim de tanto tempo percebeu tudo isto.
Vale mais tarde que nunca.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Como eu costumo dizer..."


A presunção desta frase tira-me do sério. A auto-citação que se lhe segue geralmente não passa da mais ignara banalidade. Mas alguém levar-se tão a sério que se cite compulsivamente, provoca-me brotoeja. E sempre que alguém profere tamanho labéu desconfio da seriedade de tudo o que diz.
Se calhar é apenas um desses modismos que passam depressa. Ou então nada disto tem a menor importância e eu é que tenho mau feitio, como eu costumo dizer. (estão a ver?! Irritante, não é?).

Dia D

Freitas do Amaral vai hoje falar com Ana Lourenço no programa de entrevistas que a jornalista assegura na SIC-N.
Finalmente um homem de esquerda nas lides televisivas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Manual de jornalismo

Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, em entrevista a Mário Crespo, na SIC, considera uma pergunta do jornalista ofensiva. Não é. Jornalista pergunta, político responde. É assim numa sociedade civilizada. Se Pedro Silva Pereira não aceita esta regra tão simples nunca deveria sair do gabinete para dar entrevistas.

Um tio de problemas


O caso Freeport tem contornos estranhos. O tio de Sócrates diz que fez uns arranjinhos. Um filho do tio de Sócrates parece que resolveu tentar tirar proveitos do amanho. Mas agora todos os presumíveis envolvidos desmentem o envolvimento. Todos asseguram que não conheceram o ministro do Ambiente da altura. Só mesmo Ricardo Costa, Francisco Ferreira e Louçã parecem saber mais que a encomenda. É o mal de ser primeiro-ministro em terra do faz-de-conta. Cada um diz o que quer. Os proveitos são para quem os apanhar.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Voz dos pacientes

Aos domingos, as opiniões dos pacientes que vão chegando via correio electrónico.

Destacar as religiões islâmicas como tolerantes é o máximo. A tolerância só existe entre eles. E é se não tiveres um deslize. Os católicos são ainda assim os mais civilizados. Os protestantes não passam de fundamentalistas disfarçados e claro que não vamos contabilizar as testemunhas de Jeóvá e outros energúmenos. Esta gente acha que a Razão é um produto apenas ao seu alcance. Têm o paraíso prometido e desprezam quem não procura essa felicidade eterna. Coitados. Perdoem-lhes, que não sabem o que dizem.
Ana Coelho

Eu gostava de apanhar o cardeal dos católicos a jeito para lhe perguntar qual é o respeito que a Igreja tem pelas mulheres. Podem ser padres? Podem ter responsabilidades nas decisões das paróquias? É claro que os evangélicos Baptistas e as Testemunhas do desastre e muito fortemente os islâmicos, são uns trastes, mas não estão sós no templo.
Carla K. - Bruxelas

O debate esquerda-direita não se pode resumir às diatribes de Manuel Alegre. Alegre combateu a esquerda a que agora se alia. É um facto. Alegre sempre se afastou das decisões. Quando foi secretário de estado, de um governo socialista dirigido por Mário Soares, foi um desastre, combatido por toda a esquerda. Quando se candidatou à liderança, contra Sócrates, custou a assumir a candidatura a primeiro-ministro em caso de vitória. Nunca esteve muito disposto a trabalhar. O debate da esquerda está nas ideias que surgem e se renovam quase diariamente. A esquerda tradicional tem de tomar o pulso a essas novas preocupações. A esquerda tradicional tem muitos independentes como eu. E não deve contar com o PCP, que é um partido reaccionário, completamente agarrado a ideias passadistas e ridículas. A esquerda não tem só que criar unidades, tem que pensar a sua própria existência. Existir sem perpectivas, sem visão de futuro, não leva a lado nenhum. E a esquerda não tem que pensar na sua própria existência, tem que pensar no país e nas pessoas. O luxo da contestação por tudo e por nada, já era...
Maria de Lourdes Casalinho

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Receituário


Às sextas-feiras, um som com nome de gente.

The Crying Light | Antony and the Johnsons
Rough Trade

Já está à venda e recomenda-se.

António Mega Ferreira vai continuar à frente do CCB.
Um excelente trabalho é reconhecido.
Um grande projecto que continua.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O ouvidor

António Borges, aquela ex-reserva luminosa do PSD, diz que TODOS os portugueses ouvem o Presidente da República excepto o primeiro-ministro. Até concordo que há muitos portugueses que dão atenção ao que Cavaco diz. Não tenho é a certeza se todos o percebem. Naquela contenda sobre o Estatuto dos Açores, nem o grupo parlamentar do partido do dr. Borges o entendeu muito bem. Que se saiba, Sócrates e Cavaco continuam a encontrar-se todas as semanas em Belém. Se o primeiro-ministro tem problemas de audição devia ser-lhe aconselhada consulta da especialidade. E quando o dr. Borges fala em TODOS, baseia-se em que dados? Olhe que anda aí muito surdo.

O guerreiro sem descanso


Os primeiros passos do Presidente Obama na Casa Branca teve momentos de brilho e outros menos luminosos. Não, não vou falar da lamentável prestação do orador evangélico protestante na tomada de posse - Orou e andou. Nem dos numerosos bailes em tempos que recomendam pouca festança. Mas vale a pena realçar a pressa em resolver Guantanamo. Assim como o comedimento nas regalias dos seus colaboradores. E ainda a preocupação em contactar os responsáveis pelos desatinos no Médio Oriente. De negativo, para já, só mesmo a "contratação" de um secretário do Tesouro que em tempos tentou ludibriar as Finanças lá do sítio. O homem desfez-se em desculpas e assumiu as culpas. Tudo bem: só falta recolher ao sossego do seu anterior emprego. Mas quem sou eu...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Substância procura-se

Manuel Alegre diz que leu na diagonal a moção que o seu partido apresentou. Mas, porque é um homem de esquerda e está sempre na luta, vai avançando umas desconfianças: não lhe parece que as propostas cheguem para que ele as compreenda e aprove. A ligeireza alegrista vem de longe. Manuel Alegre lê sempre tudo na diagonal. Nota-se à légua, não precisa de acrescentar desculpas.
Manuel Alegre é politicamente irresponsável.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

good Luck


Aqui o senhor do retrato incia hoje uma nova vida. O mundo espera que a vida lhe corra bem. Chega de festa. É tempo de arregaçar as mangas. O anterior ocupante da sala onde a partir de agora vai trabalhar, deixa-lhe um ramalhete de sarilhos. Claro que Bush não é o culpado de todos os males que vieram ao mundo, mas esforçou-se. Há despedidas boas, que não deixam saudades. É nessas alturas que as boas vindas são mais saborosas.
Boa sorte, senhor Barak Obama.

I Love you baby


A Sofia Loureiro dos Santos resolveu instituir ela própria um prémio para os blogues de que mais gosta. Chamou-lhe precisamente "Deste, gosto mesmo!", e, num acesso - e excesso - de simpatia, contemplou este vosso dedicado amigo.
Vindo de quem vem é uma honra subir à tribuna para receber tão distinta condecoração.
E como as regras são para cumprir, cá vão os quinze que me fazem agitar o rato do computador todos os dias.

A barbearia do senhor Luís

A la Gauche
Ana de Amsterdam
Bandeira ao vento
Defender o quadrado
Der Terrorist
F World
Geração de 60
Hoje há conquilhas
Jardim assombrado
Jugular
Origem das espécies
Pedro Rolo Duarte
Portugal dos pequeninos
Terceira noite

Há mais uns quantos, mas estes são mesmo os diários. Entretanto, outro dasafiado, o José Simões, também me desafiou a mim. Tanto mimo estraga-me. A resposta vai para os dois, que aqui nomeio também.
Obrigadinho a todos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Faltam só umas horinhas


Vai pela sombra...

Triste São Carlos


Fui ontem à última récita do "Fausto" de Gounod.
Hesitei em comentar. Mas a vontade de opinar venceu a paixão. Às vezes é muito difícil dizer seja o que for sobre algo que desejamos dizer bem. Gosto desta peça de Gounot, mas o que nos mostraram no São Carlos andou entre o mau e o mais-ou-menos. Maestro fraquinho. Vozes principais assim-assim. Coro fraco. Orquestra em auto-gestão.
Gostei do cenário: uma colectividade de bairro muito bem acabada, norteia o ambiente inicial.
O São Carlos não está bem. O teatro parece gerido por uma empresa de condomínios que não passa cartão aos condóminos. Esta gestão alemã não ostenta as medalhas do tão apregoado rigor germânico.
Volta Pinamonti que estás perdoado. Mas depressa, ouviste?!

Mexilhão

Os professores dos putos voltaram à luta em defesa dos seus privilégios.
Os pais dos putos estão fartos de tanta luta.
Os putos estão na boa - uns "feriados" a torto e a direito até é "bué da fixe".
Os putos ainda não têm idade para saber que são como o mexilhão: são eles que se lixam no fim da labuta.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Voz dos pacientes

Aos domingos, as opiniões dos pacientes que vão chegando via correio electrónico.

Caríssimo Teo,
assim como o mundo cristão (católico apostólico romano, ortodoxos, maronitas, igrejas reformadas tradicionais, pentecostais e neo-pentecostais entre outros) não é igual, o mesmo se passa no chamado "mundo islâmico". Há diferenças abissais entre a situação da condição feminina na Tunísia, na Arábia Saudita, no Iraque e na Palestina, só para citar uma fatia mínina. O Patriarca de Lisboa errou, e feio, nas suas afirmações que traduziram não somente o desconhecimento da realidade de um mundo marcado pela diversidade, mas que expressam sobremaneira a postura conservadora e pouco aberta ao diálogo do Pontificado de Bento XVI. Há muitas coisas que uma mulher católica apostólica romana não pode fazer. Nem vale a pena referir aqui quais são. Como tu sabes, as afirmações do cardeal de Lisboa, pela sua "importância", ganham uma relevância extra-religiosa e podem respaldar opiniões mais estreitas. É fodido! Eu sou um gajo ateu e tenho uma enorme admiração por gente que tem fé - ao contrário da minha educação política que ensinou o desprezo pelas religiões - e ao me pôr na pele dos muçulmanos e muçulmanas experimento um novo tipo de náusea. Mas, pronto, eu sou latino-americano, e sempre soubemos quem era o nosso inimigo no Vaticano. O patriarcado de Lisboa é somente a reverberação - em mármore branco - da voz mais intolerante alguma vez saída de São Pedro... "Allah sabe o que faz" diria o meu ex-namorado da Tunísia.

Com um abraço
Carlos Alvarenga - Lisboa

Cirurgião de serviço - Carlos, é claro que todas as opções religiosas vivem na diversidade. Que umas são mais tolerantes do que outras também todos sabemos. E não é preciso recuar muito no tempo para percebermos as intolerâncias maiores. E aí é que está a questão - nenhuma parece suportar quem não professa a sua fé. No recolhimento das suas preces rejeitam-nos. O que eu acho normal. Logo, a Tolerância é tão relativa como a Razão: cada um gasta da que quer. O cardeal de Lisboa, que até nem é propriamente um troglodita ignorante e tosco, alertou as "suas" fiéis. Cuidou do seu rebanho. Ou imaginas alguém dessas religiãoes islâmicas com "diferenças abissais" defender a tolerância para com um seguidor de Cristo? Não creio. Vasco Pulido Valente colocou bem a questão ao referir a impossibilidade de uma união matrimonial entre gente que adora tão diferentes deuses. Tal só é possível se um abraçar a religião do outro. As "normas de funcionamento" inscrevem diferenças abissais.
Eu, que tal como tu sou ateu, respeito as religiões que me permitem ter as minhas posições perante a sociedade. O ódio que existe, por parte de certos agnósticos à Igreja Católica, ultrapassa o razoável. Assim como não compreendo a solidariedade de certa esquerda perante religiões opressivas que vão em tudo contra o que defendemos nesta sociedade onde todas as permissões são bem vindas.
O teu namorado tunisino tem exactamente a mesma opinião que os mais conservadores dos cristãos, budistas, judeus etc. Todos acham que o deus deles é o maior. Eu também tive uma namorada cristã e não veio mal à minha vida por isso - acabámos por casar e as diferenças pontuais não beliscam o relacionamento. O meu receio é que os mais radicais se unam todos contra nós. O que não me parece praticável de todo. Os desenvolvimentos teóricos de gente como Sam Harris, Chistopher Hitchens, Richerd Dawkins ou León Rozitchner, entre muitos outros, descansam-nos. O debate está instalado, pelo menos aqui entre nós. Não me parece que seja permitido no mundo islãmico. Achas que aquela palhaçada do autocarro londrino era possivel de representar na Tunísia?
Bem, não repiso mais. A gente depois discute isto entre dois os três copos, uma noite destas. Abraço. JTD

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Liberdade religiosa e ignorância


D. José Policarpo foi ao casino da Figueira da Foz armar um reboliço que deus nos livre. Não, não foi nada relacionado com jogo de casino. Descansemos. Simplesmente alertou as noivas católicas para a maçada em que se podem transformar os casamentos com religiosos islâmicos. O problema é que estava lá uma indiscreta câmara de televisão e todos ficámos a saber a opinião do Cardeal. Caiu o Carmo e a Trindade. Que o homem é intolerante, que é desrespeito pelo islamismo, que assim não há diálogo entre as religiões. A SIC, no seu serviço noticioso, arranjou logo um jovem casal para compôr o ramalhete da tolerância. Ele marroquino, ela de cá mas disposta a sujeitar-se às limitações impostas pela religião do consorte. E acha-se que é isto um grande exemplo de diálogo religioso. Claro que por cá tudo é possível, sendo a negação dessa liberdade um caso de polícia, mas pode-se falar de liberdade religiosa e de respeito pela condição feminina num país islâmico?
Estou completamente de acordo com o Cardeal-Patriarca de Lisboa. Não percebo a razão de não se poder estar em desacordo com os limites impostos às mulheres pela religião islâmica. E muito menos percebo a razão de não se poder estar de acordo com os alertas de quem sabe o que está a dizer.
D. José Policarpo fez muito bem em alertar as jovens casadoiras.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Basta!

Ok, ok o Cristiano é o máximo. Chuta bem, finta bem e tem um ego do tamanho dos seus pouco instruídos vinte e poucos anos, mas já chega. Não haverá mais nada para falar nos telejornais? Até o soba do Funchal veio a terreiro exibir os louros da vitória, propondo um lugar na política ao futebolista de sucesso. É a política de sucesso de Jardim prolongada no tempo e exibida no seu melhor.
E o programa da doutora Fátima Campos Ferreira atingiu níveis de ridículo. Foi triste ver o professor Caraça naqueles propósitos.
Querem outros exemplos de quem trabalha e dá o seu melhor?
Tenham dó!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Miguel de Castro


POEMA PARA UM AMIGO
Afastando o cercado das sombras
algumas vezes adormeceste
o meu aflito coração
no berço das mãos.

Nas horas difíceis ficaste perto.


Este poema é de Miguel de Castro que faz hoje 84 anos. E é hoje que tenho o especial prazer em anunciar que está a ser preparado um volume que reunirá todo o seu trabalho poético, a ser publicado lá para a primavera.
Parabéns ao poeta.

Marianne and Anthony


Alguém sabe onde encontrar este cd? Já alguém o viu à venda?
Foi gravado, saiu nos países onde se fala a língua da senhora, mas por cá nada. Nem FNACs, nem "espaços" mais alternativos, nada. Se souberem de alguma coisa, avisem - o mail está aí ao lado.
Desde já agradecido.

A senhora Agustina


Um grande retrato, de uma grande senhora.
A não perder.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os gloriosos malucos das máquinas autárquicas


As escolhas de candidatos do PSD para as autarquias estão a atingir o nível do risível. Depois de Santana em Lisboa, de um actor dos "malucos do riso" em Vila Franca de Xira, e de outras valorosas peças do xadrez televisivo, surge agora Gonçalo Amaral como hipótese por Olhão. Pelos vistos a norma é ditada pelas aparições nos plasmas e LCDs caseiros, e nem sempre pelas melhores razões.
Santana Lopes em Lisboa foi a desgraça que depois confirmou no País. O "artista" dos "malucos", bem, nem sei que diga. E o ex-inspector da Judiciária, depois de nada ter resolvido enquanto polícia, limitou-se a dar a cara por uma causa inexistente, inventada por ele próprio para dar nas vistas.
Posso avançar com algumas sugestões infalíveis, inscritas no registo que parece ser o das citadas escolhas? Que tal José Castelo Branco por Sintra? Ou Cinha Jardim pela Amadora? Ou o Marco do Big Brother (lembram-se?), por Odivelas? Também não hesitava em dar um toque ao Zezé Camarinha. Pode ser que esteja disponível para uma autarquia algarvia.
E se procurarem bem nos concursos e telenovelas encontrarão com certeza muitos mais mediáticos candidatos capazes de pôr a malta a rir. E há malucos para tudo, até para votar em doidices dessas.
Quem é amigo, quem é?!

Olha que dois

Mário Crespo entrevista o soba da tribo funchalense hoje na SIC.
Haverá com certeza qualquer coisa mais interessante para fazer.
Conversa de chacha é que nunca.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Voz dos pacientes


Aos domingos, as opiniões dos pacientes que vão chegando via correio electrónico.

A fé é que nos salva - Só é religioso quem quer. Os pastores protestantes limitam-se a pastorear, a ditar a sua fé. Há assim tantas ofensas nisso? Há iniciativas caridosas patrocinadas pelos pregadores. Se calhar está chateado porque ofende os seus princípios católicos. Tenha fé.
Carla Santos - Faro

Cirurgião de serviço - Caríssima Carla, nada tenho contra quem é religioso. Até concordo que só o é quem quer, embora nem sempre tenha sido assim e ainda hoje não o é em muitas partes do mundo. Eu aqui limito-me a dizer o que penso. Não sou católico, nem profeço religião de espécie alguma. Aproveito os deslizes de alguns "profetas" para exprimir a minha ideia sobre a coisa. Confesso que não acho a mínima graça a pregadores evangélicos protestantes. Acho-os mesmo gente do pior. O que é que quer que eu faça? Não me inspiram raspas de confiança. E já que estou com as mãos na massa, relembro-lhe o que o "pregador-mor" teve a ousadia de pressagiar: “Não há maior defeito numa mulher que o desejar ser inteligente.” Martinho Lutero. Notável, não? Estou mesmo nos antípodas destas tretas. Conversados. JTD

Super-sábio - Estou de acordo com a apreciação que faz dos comentários de Medina Carreira. Se o homem mandasse, muitos dos que o aplaudem estariam agora a ganir. Não respeita ninguém como um ser humano, só pensa nas pessoas como contribuintes. A SIC adora-o. Está sempre lá caído. Quando aparece eu mudo de canal. Não há canal que aguente.
J. Mário Esteves - Sintra

Opiniões - Publica todas as opiniões que lhe chegam por e-mail? Percebo que não se tenha paciência para responder a toda a gente que quer chatear, como é que escolhe o que deve ser ou não ser publicado? Quando fala em ameaças fala de algo muito grave? Obrigado.
Maria Damião Esteves - Ribeirão.

Cirurgião de serviço - Maria: A escolha é simples. A maior parte das mensagens são simpáticas: naquela base do "parabéns", "gostei muito", "continue", e outras de excessivo apreço que não se enquadram nesta resposta. Também as ofensivas são mato selvagem. Compreenderá que nem umas nem outras têm substãncia para figurarem nesta secção dominical. São o que são - as simpáticas recebem agradecimento na volta, em resposta directa por email, e as parvas vão directamnete para o lixo. Todas as opiniões que aqui coloco são as que acho que podem acrescentar algo, estando de acordo comigo ou não. A umas acrescento qualquer coisa, outras falam por si. Ameaças graves? Não, são só idiotas. Volte sempre. JTD

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Laurie


Laurie Anderson. Vê-la e ouvi-la faz sempre bem.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

De rachar

Ferreira Leite desafia Sócrates. O Estatuto dos Açores desafia o Presidente. Nogueira desafia Lourdes Rodrigues. Israel desafia o Hamas. A crise desafia o crescimento económico.
Não apetece tanto desafio. Está frio.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lutas

Os colegas de Mário Nogueira ficaram muito chocados por terem sido sugeridas penalizações a quem se recusar ser avaliado. Falamos de professores, quando falamos de avaliações, como é óbvio. Qual será a alternativa proposta? É avaliado quem quer e quem não quer fica na mesma?
Para combater esta tremenda imoralidade, que ostraciza os educadores profissionais, já está marcada uma nova jornada de luta.
Avante, camaradas!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Tanto barulho para nada

Ando aqui com umas dúvidas: o processo Casa Pia está a chegar ao fim ou começou agora? Alguém tem ideia do que vai acontecer ou, por outro lado, o fim deste processo é mais ou menos como a crise internacional: ninguém sabe quando vai acabar, nem adivinha as consequências. Sabemos que a pedófilia é prática nebulosa. Este processo começou por o não ser. Andou nas bocas do mundo até ao exagero. Nas agora, que começaram os desmentidos de quase tudo o que era dado como provado, parece que uma estranha penumbra se abateu sobre a sala das audiências. Pode ser impressão minha, mas aquilo vai-se arrastar até dar nada.

Todos os dias

Miguel Esteves Cardoso começou ontem a escrever diariamente no Público. Parece que vai ser mesmo todos os dias. São textos curtos mas com a graça que os textos do MEC têm. É assim uma espécie de blogue, mas impresso.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

o Super-sábio


"Nos por cá" é um programa de sucesso da SIC. Foi de tal forma bem sucedido que agora passou a diário. Não sou grande fã das curiosidades ali tratadas, mas como hoje cheguei mais cedo a casa para ouvir a entrevista a Sócrates, acabei por ver parte do programa no novo e diário horário. Conceição Lino falava com o super-sábio Medina Carreira. É bom haver um português assim. É óptimo ter um homem como este Carreira que sabe exactamente tudo, tudinho o que deveria ser feito e não é. Todos sabemos que quando foi ministro as coisas funcionaram na perfeição. O conhecido comentarista citou mais do que uma vez Bordalo Pinheiro para chamar porca à política que por cá se faz. Que bom que era se todos tivéssemos um Medina Carreira em casa para nos fazer ver as coisas. Nem que fosse em loiça das Caldas.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Voz dos pacientes

Aos domingos, as opiniões dos pacientes que vão chegando via correio electrónico.

O discurso - Cavaco Silva fez o discurso do eu-quero-é-safar-a-minha-pele. Comprou as misérias todas. As dos agricultores, dos pequenos comerciantes e de tudo o que não rende com administrador de banco. Cavaco só pensa na sua sobrevivência política. A posição face ao Estatuto dos Açores quer dizer o quê? O pior é que quem se trama é o desgraçado, de quem Cavaco é tão amiguinho.
Anarca

Cavaco e os cavaquinhos - Cavaco está muito preocupado com a crise? E no tempo dele, não se preocupou? Só se lembra de Santa Bárbara quando troveja. Até inventou banqueiros corruptos. E gestores de coisa nenhuma que receberam fundos e fundos da mangueira da Europa. Li atentamente o José Simões, no texto que linkou aqui ontem, e não posso estar mais de acordo com o bloguer do excelente Der Terrorist. Cavaco falou para o boneco. Para um boneco de trapos que ele próprio fabricou, e que agora tirou do baú para nos convencer da sua "honestidade" política. Depois aparecem logo os cavaquinhos todos para aplaudir. Pudera, viveram à sombra do chaparro...
Anibal Cortes

Cuba livre - A revolução cubana foi um verdadeiro embuste. Guevara foi um criminoso orgulhoso das execuções aque assistiu. Um caso de crime de guerra a julgar em Haia. Só que a vida correu bem ao criminoso. Claro, claro as vidas que anulou eram de gente que não merecia viver. Perigosos contra-revolucionários a soldo do imperialismo. Do americano, não façam confusão. Porque o soviético era um bem para os povos. Transformou-se assim em ícon das revoluções e herói de todas as libertações. Conclusão: às vezes o crime compensa.
Pedro Cruz Santos - Budapeste

Judiarias e outras iras - O Hamas não é muito amado no mundo árabe. Todos estão fartos deste criminosos que querem dominar toda a zona. Os judeus sabem isso e prepararam tudo muito bem preparado. Os dirigentes da organização criminosa árabe mistura população civil com militar para a vitimização. Aquela gente não quer saber do povo para nada. São só uns filhos da puta. Andarmos a defendê-los, em manifestações, nos confortáveis asfaltos da Europa, é hipócrita. Os israelitas são hipócritas. O Hamas é inclassificável. Tudo misturado é a Hipocrisia em estado puro.
Gostei do vídeo que colocou na sexta-feira de Daniel Barenboim. A música é que nos salva.
Carlos Dias Nunes - Porto

sábado, 3 de janeiro de 2009

Deambulatório

Aos sábados, opiniões escolhidas entre as publicadas nas redondezas.

Aguardente?! Ouvi perfeitamente! - Cavaco Silva tem um problema com a História e com a opinião pública. E não me estou a referir a nós, que lemos jornais e/ ou que passamos a vida a “picar-nos” uns aos outros aqui nos blogues e que queremos ter voz activa. E não me refiro aos 50% + 1 que elegeram o Presidente, nem àqueles que votaram nos outros candidatos; refiro-me àqueles que já votaram e agora não o fazem; aqueles que gradualmente por descontentamento e por desilusão vão engrossando as fileiras da abstenção: A Maioria Silenciosa. Continue a ler
José Simões Der terrorist

O discurso do Presidente - O ano de 2009, por cá, começou bem: o discurso de Ano Novo do Presidente da República mereceu o aplauso do BE («o Presidente salientou, e bem como o BE tem feito…», disse Fernando Rosas), do PS («grande convergência entre o discurso do Presidente da República e o do Governo…», disse Vitalino Canas) e do PSD (É uma mensagem particularmente importante no momento presente…», disse António Borges). Pela amostra, todos ficaram contentes, o que pode revelar um mau discurso.
Tomás Vasques Hoje há conquilhas


Palhaçada - jà não há cú para as perseguições a Obama em férias. Estão a transformar o homem num socialite ou querem mesmo um presidente a sério? Anseio pelo dia 20, para ver se acaba esta palhaçada.
Laura Palma Responsabilidade e Juízo

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O bem e o mal


Não estou aqui para apontar o que está mal no Médio-Oriente, estou aqui para dizer o que está bem.
Daniel Barenboim

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mensagem


Cavaco deixou recados ao Governo e às oposições:

"A verdade é essencial para a existência de um clima de confiança entre os cidadãos e os governantes."

"Nesta fase da vida do País, devemos evitar divisões inúteis. Vamos precisar muito uns dos outros."

É preciso dizer mais alguma coisa?

Hasta Siempre

A Revolução Cubana faz 50 anos. Fulgencio Batista animava a corrupção na ilha. A iniciativa revolucionária encetada por Fidel e seus companheiros parecia uma correcção de todas as insatisfações. Com o tempo, acentuou-se a falta de liberdade e a miséria absoluta. O que pareceu muito bom, passou a insuportável. Hoje é um regime podre e sem destino. Estou a ouvir o embaixador cubano em Portugal, na SIC-N, e percebo isso mesmo. O discurso é o mesmo de sempre. Não há ideias que definam um rumo. Tudo definha. Até ver.

Tudo com dantes

Ainda os festejos do novo ano se ouvem e já as tropelias são as mesmas de há pouco. O Presidente promulgou as alterações ao diploma que regem a professoral avaliação. O distinto representante dos timoneiros revela agora a esperança numa inciativa do PSD na Assembleia da República. Nogueira dos bigodes reedita assim a circunstancial aliança PCP-PSD. Os argumentos escasseiam. A paciência esgota-se. Pelos vistos até Cavaco está a perdê-la.

Um grande 2009 para todos


Aparentemente, o dia de hoje é igual ao de ontem. Mas o calendário dá ordens e diz-nos que um novo tempo começou. Tempo difícil, parece. Claro que vamos tentar alterar o presságio. Claro que vamos fazer dos dias que se seguem os melhores das nossas vidas. E temos pela frente um ano cheio deles por encetar - enormes, com 24 horas cada um. Coragem. Boa sorte.