sábado, 30 de julho de 2005

O Pedro anda aí

O Expresso de hoje, inspirado pelo sol de verão que finalmente ilumina a existência dos nacional-socialites, publicou uma extensa entrevista biográfica a Pedro Santana Lopes.
Ficámos a saber que Pedro admite voltar a ser primeiro-ministro. Outra: "É muito complicado ser ex-primeiro-ministro. Náo se pode aceitar qualquer lugar, é uma questão de respeito pelo cargo". Outra ainda: "Fui catequista vários anos e acólito. Fiz muito essa vida: a primeira comunhão, o crisma, a comunhão solene, a perseverança..."
De que está à espera? A fé precisa de si. E a esse nível ninguém lhe nega o talento.
RR

quarta-feira, 27 de julho de 2005

As palavras que nos faltam


Os relatos que nos chegam do que se está a passar no Brasil deixam-nos sem palavras.
A esperança acordada pela eleição de Lula depressa se esbateu. Ou não? O que se passa ao certo?
Aqui está um desafio para a nossa Ana Lúcia. Será que ela encontra as palavras que nos faltam para entendermos o que se está a passar?
JTD

terça-feira, 26 de julho de 2005

Bem dito

O mais estúpido dos argumentos contra Soares é a idade (será que a apologia publicitária e mediática da juventude nos faz esquecer que vivemos numa sociedade de velhos?). Não é a idade, é a política!
José Pacheco Pereira Abrupto

Cavaco? Livra!



Não precisamos de um contabilista na Presidência da República. Não precisamos de Cavaco para coisíssima nenhuma.
Soares lutou pela instauração e permanência da democracia. Cavaco nunca se incomodou com o anterior regime.
Soares é um homem de cultura. Cavaco não.
Soares merece ser presidente de novo, se assim o quiser. Cavaco não, mesmo que uma gente sinistra nisso insista.
Esta é a minha opinião, e espero que seja coincidente com a da maioria da esquerda. E que a esquerda vença eleições, é o que sempre espero.
JTD

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Uma pedra no meio do caminho

Em Setúbal, onde vivo, na freguesia de São Sebastião, há um autarca que exibe o seu gosto como forma de "fazer obra".
O homem é presidente da Junta de Freguesia local, foi eleito pela CDU, e deve ter caído no caldeirão da piroseira quando era pequenino.
As áreas de lazer e descontracção das zonas que lhe foram atribuídas para gerir, como responsável autárquico, estão minadas de pedras e pedrinhas, muito ao gosto de um se calhar reduzido orçamento, mas enleivado de um desconcertante mais que duvidoso gosto.
Mas a situação mais ridícula, é a que me saiu na rifa. Mesmo nas traseiras da casa onde moro, existe uma imensidão de terreno ao abandono, em terra solta.
Então não é que o homem resolve eleger um pedaço desse espaço para levantar uma obra digna de análise psíquica?
Em pouco mais de quarenta metros quadrados, foi plantado um jardim, eregidos monumentos (um brazão e um menir), instalado mobiliário urbano e concebida sinalética proibindo urinas caninas. Isto tudo onde a pavimentação com cravilha era mais do que suficiente. Mais, houve um dia em que ao assumar por uma das janelas que dão para este paraíso, deparo com o virtuoso autarca numa de cicerone, mostrando tão empolgante obra a um grupo de convidados que o seguiam. Um pequeno autocarro estacionado fazia prever que a viagem estava para durar: outros arranjos com calhaus esperavam tão exigente público. Como este autarca modelo vai ser apresentado a sufrágio nas próximas eleições, e a possibilidade de ser reeleito vislumbra-se, proponho desde já ao munícípio que atribua à freguesia de São Sebastião a classificação de "Zona da Excelência da Pedra". Proponho também que seja atribuído ao senhor presidente da junta a alta distinção de "O Menir de Ouro", a ser entregue muito em breve pelas mãos do próprio Obélix.
Ai eu é que estou a delirar. Então vão lá ver a "obra" e depois a gente fala.

Localização: Este precioso espaço de lazer situa-se nas traseiras da Rua Professor Egas Moniz, nas imediações do hospital de São Bernardo.
Estão convidados.
JTD

domingo, 24 de julho de 2005

Indignação e perplexidade

Circulou neste sábado no noticiário internacional a notícia de que o homem executado sexta-feira pela polícia londrina no metro da capital inglesa era um cidadão brasileiro que não tinha rigorosamente nada a ver com os atentados ocorridos no dia anterior e há duas semanas atrás. Jean Charles de Menezes, natural da cidade de Gonzaga, Minas Gerais, tinha 26 ou 28 anos e há cinco vivia em Londres, onde se encontrava em situação regular, com trabalho e residência fixos. As circunstâncias que envolvem o episódio ainda não foram devidamente explicadas pela polícia londrina, mas o ocorrido, o assassinato de um inocente à queima-roupa em função de uma mera suspeita, só nos pode deixar perplexos e indignados. Então é esse o método inteligente por meio do qual a polícia inglesa espera combater o terrorismo e proteger a população?! Ao que parece, a atuaçao daquela corporação só tem primado pela incompetência (antes) e pelo histerismo (depois). Notícias veiculadas após os atentados de há quinze dias atrás dão conta de que a polícia inglesa falhou ao não considerar alguns indícios que poderiam ter evitado o ocorrido. Após os incidentes desta última quinta-feira, a população presencia uma sucessão de medidas (investigação e perseguição sobretudo a estrangeiros) que, ao invés de trazer segurança, disseminam estereótipos e preconceitos, ajudando a reforçar a rejeição aos estrangeiros. Segundo notícia publicada no jornal O Globo online, o brasileiro foi morto quando estava indo para o trabalho. Ele teria sido alvejado pela polícia britânica, a Scotland Yard, porque sua roupa e comportamento levantaram suspeitas da polícia. Logo depois, a polícia reconheceu que o homem não tinha ligação com os atentados. O DN online publicou trechos do comunicado da polícia: "O facto de alguém perder a vida nestas circunstâncias é uma tragédia que a polícia lamenta", precisando que o homem tinha saído de um imóvel "vigiado pela polícia", tendo sido "seguido pelos agentes até ao metro". E justifica "A sua roupa e atitude reforçaram as suspeitas" de que poderia ser um suicida.
Realmente, estranho mundo este em que vivemos, no qual alguém pode ser considerado suspeito pela roupa que veste
ALF

sábado, 23 de julho de 2005

Toy e touros

A câmara municipal mandou-me um sms: "Esta noite na Feira de Santiago, TOY ao vivo". Na mesma cidade a TVI brinda-nos com uma corrida de touros. Setúbal está uma cidade cheia de animação. Só que ainda não escolhi: nesta coisa de touradas prefiro as que não exibem touros, mas aturar o Toy está fora de questão.
Vou ficar em casa. Aliás, começo a pensar mudar de casa.
RR

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Cidadãos precisam-se

Avelino tem mais furos do que um passador. É acusado de tudo e mais alguma coisa com provas fundamentadas. Ninguém disso tem dúvidas, exccepto os seus correligionários partidários que assobiam para o lado fingindo nada perceber. E ele lá vai, cantando e rindo, ou seja, vociferando e pontapeando, que é a sua linguagem comum.
Existirão outros sítios na Terra onde uma criatura deste porte possa ser candidato a uma junta regional? É possível que se exija tão pouco a um cidadão que pretende ser eleito no local que o viu nascer, como representante dos anseios e preocupações das suas gentes? E os cidadãos dão-nos o desprazer de elevar o turbulento indivíduo a seu cidadão de eleição?
Os nossos autarcas deveriam ser cidadãos exemplares. Como estamos tão longe desse augúrio.
JTD

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Patrick Heron | António Ramos Rosa


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa Poema
Patrick Heron Pintura

domingo, 17 de julho de 2005

Frida em Londres



Uma gigantesca exposição de Frida Kahlo está disponível na Tate modern, em Londres.
O sofimento físico, a militância política, a relação tempestuosa com Diego Rivera, a vida de uma mulher extraordinária patente na sua pintura. Frida usou o seu talento para denunciar as suas mazelas. A pintura como meio revelador da vida e vivências de uma cidadã empenhada na luta contra as injustiças.
Esta mostra estará na Tate até nove de Outubro.
RR

sexta-feira, 15 de julho de 2005

A casa de Rodrigo

É capaz de valer a pena aconselhar "A Casa Quieta" de Rodrigo Guedes de Carvalho. Estou a ler e a gostar. Depois falaremos.

"Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba."

O livro é editado pela Dom Quixote, e está disponível nas melhores livrarias.
JTD

Pontes são passagens

Disseram-me mas eu não acredito: os polícias vão ocupar as pontes que ligam Lisboa ao sul.
As pontes 25 de Abril e Vasco da Gama vão ficar interditas ao tráfego pela acção dos agentes da autoridade.
Estão a perder privilégios. Privilégios não, direitos (fugiu-me a tecla para a verdade), e como tal vão protestar com os recursos de que dispõem.
Se calhar até utilizarão jactos de água e gás para afugentar as criaturas que queiram fazer a passagem para o lado de cá.
Um bom profissional, dá bom uso à ferramenta da sua profissão. Um amigo meu, que está desempregado, diz que vai lá fazer-lhes um manguito. De momento é a ferramenta de que dispõe.
RR

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Tudo bons rapazes

Um homem surge no retrato a arregaçar as mangas da camisa.
Uma frase dita as suas intenções: "vamos a isto, Lisboa".
As sondagens dizem que ele é o mais popular apesar de não ser o melhor colocado para vencer.
O que quererá isto dizer? Se calhar as pessoas gostam de quem arregaça as mangas, mas isso já não quer dizer que acreditem que sejam esses, os que arregaçam as mangas nos cartazes, os que mais trabalham.
Eu não acredito. E, para além do mais, a imagem de Carmona Rodrigues com ar de quem vai desatar à pancada daí a bocado, parece-me um pouco ridícula. Dizem que Lisboa tem grandes candidatos. Não acho. E Lisboa não é propriamente de bons candidatos que precisa, mas sim de um bom presidente e de vereadores competentes e esforçados. Onde é que eles estão?
RR

Grandes dramaturgos em Setúbal

O TAS termina no final desta semana a representação da peça "Os peixes nunca hão-de voar", a partir de textos de Arnold Wesker. Dois monólogos: "Desbarato" e "Carta a Uma Filha".
Iinterpretação de Sónia Martins e Isabel Ganilho e encenação de Miguel Assis.
Brevemente faremos uma apreciação crítica do espectáculo. Assim como do anterior trabalho desta companhia: "Se perguntarem por mim, não estou", de Mário de Carvalho, com encenação de Duarte Victor.
JTD

terça-feira, 12 de julho de 2005

Nem tudo está podre...

O programa "Prós e contras" da RTP 1, colocou perante os nossos olhos alguns protagonistas dos tempos recentes. falou-se de imigração e de generosidade, de cidadania e de bem receber. Os convidaddos foram Arnaldo Matos, António Barreto, Adelino Gomes e Adriano Moreira. Um interessante debate: perspectivas diferentes mas inteligentes sobre os males que afectam as nossas participações como gente na sociedade portuguesa actual. Nem tudo vai mal nas televisões em terras lusas.
JTD

domingo, 10 de julho de 2005

Gonçalo Duarte | Gonçalo M. Tavares



Dentro da própria roupa as mãos fazem um intervalo entre o tocar na amante e o segurar na lâmina que mata. As mãos são órgãos susceptíveis de se emocionarem. As mãos não terão apenas sentimentos tácteis, mas também sentimentos mais complexos: como a grande tristeza. Supor que há elementos do corpo que não sofrem nem se exaltam, que apenas assistem, parece um equívoco evidente de uma certa anatomia analítica que vê cada bocado de corpo como louco individual, com o seu mundo próprio. Não há nenhum órgão que possas extrair do corpo, mantendo este vivo, de modo a que do organismo expulses apenas as emoções. Só extrairás as emoções quando eliminares por completo o organismo. A última célula que sobrevive ainda sente e provavelmente pensa.

Gonçalo M. Tavares "Um Homem: Klaus Klump". Texto
Gonçalo Duarte Pintura

sábado, 9 de julho de 2005

Para esquecer

A programação televisiva em Portugal está a um nível abaixo de qualquer classificação.
Ontem assisti, na TVI, a uma inacreditável exibição de demência. Claro que não é novidade, mas depois da montra de estupidez que foi o programa de José Castelo Branco, na mesma estação, pensei que não era possível pior. É. Este programa a que ontem assisti, mostrava um homem com sotaque brasileiro, que vibrava com a infedilidade de uma concorrente, exibida devido a uma cãmara oculta, perante o seu namorado. Tudo isto obviamente forjado. Tudo isto transformado em grande espectáculo. O homem ria, gesticulava, gritava, envolto no seu ridículo aspecto. Para esquecer.

Hoje, na RTP 1, assisto a uma tradicional tourada. A corrida TV. Paga pela estação estatal. Por todos nós. mesmo os que, como eu, abominamos touradas.
Este pouco recomendável espectáculo, apenas recomendável a mentecaptos ou pessoas com problemas de afirmação, mais conhecidas pelas veementes demonstrações de marialvismo, está na sua época de ouro. Eufórico, o locutor de serviço anunciou já uma "corrida da renascença". Perdoem o trocadilho forçado - mas que bela exibição renascentista.
Oiço o locutor dizer que isto é arte e elegância.
Pessoalmente, só vejo o lado irracional do Ser Humano. Para esquecer.
RR

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Estranheza

O deputado Pires de Lima, membro da bancada de um grupo parlamentar composto por criaturinhas mal educadas e um velho sem maneiras, acusou o primeiro-ministro de ter pertencido, há cerca de três anos, ao pior governo de sempre em Portugal.
Estranhei a ausência do desmentido por parte de Sócrates: é que o actual primeiro-ministro pertenceu ao governo de Guterres e não ao hilariante elenco de Santana. A verdade acima de tudo.
JTD

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Para além da crise

Como se não bastasse a crise que assusta a Europa, aí está mais o susto do terrorismo.
Morreu gente. Continua a morrer gente, tanto na Europa como no Iraque. No Iraque já faz parte do dia-a-dia. Na Europa parece começar a ter uma periodicidade. Ainda não percebemos qual. Não conhecemos a agenda do fundamentalismo islâmico. Sabemos, isso sim, que a guerra nunca é solução. Não foi, não será.
JTD

quarta-feira, 6 de julho de 2005

FP's

Alberto João Jardim continua a vociferar contra tudo o que não é como ele. Felizmente já não há muita gente como ele.
O bocassa da Madeira está cada vez mais só nas suas considerações ridículas. Depois de chamar "filhos da puta" aos jornalistas, desata a clamar contra pessoas que com toda a legitimidade lutam pela sua vida em locais distantes da sua terra. Tal como muitos madeirenses o fizeram para fugir à miséria na ilha onde o soba Jardim é rei.
Já não nos surpreende. Mas é triste ver um responsável por um governo regional portar-se como um vulgar "filho da puta".
RR

Apesar da crise...

o dizer bem voltou à vida.
Porreiro.

Agradecimento abnegado

Caro José Teófilo,
Uma nota breve para lhe agradecer as suas tão gentis palavras no blogoperatório.
As coisas estão, de facto, terriveis. Tal como escreve no seu texto "circo autárquico" ainda me arrepia mais ver a "minha" Palmela entregue a esta gente. Naquela que continuo a considerar a minha terra (Setúbal por nascimento, Palmela pelos afectos) custa-me muito ver esta triste exibição saloia, esta miséria.
Aqui no norte com os Torres, Valentim e companhias as coisas seguem o mesmo rumo.
Lisboa ... nem quero acreditar no que se passa. Razões de sobra para inquietações e tristezas.
Um abraço
Luís Sequeira Abnegado

terça-feira, 5 de julho de 2005

Crise?

Há menos blogues no firmamento blogosférico. O barnabé deixou de caminhar. Pelo menos é o que se anuncia.
É pena. O Barnabé era uma razão para nos determos com assiduidade perante o vidro electrónico.
Acabou devido a sectarismos pouco recomendáveis. Os sectarismos são sempre pouco recomendáveis.
Não foi o primeiro nem será o último. Durante o ano de 2004 mantive actividade no "Sadinos". Um dos mais frequentados na altura.
Acabou. Porquê? O sectarismo e o pacovismo minaram os comentários, provocando a debandada da maior parte dos redactores, até ao seu encerramento definitivo. Ao princípio confunde-se a má educação e a inabilidade com a surpresa que nos provoca algo de novo. Mas depois percebe-se que a inabiladade alimenta o imobilismo. Ou seja, o que é preciso é dar cabo sem olhar a meios. É certo que esta coisa dos blogues vai um dia provocar menos circulação, mas há malta que está a sair muito cedo para a berma. Talvez seja a estabilização de um meio de comunicação. Mas não é certo que seja essa a face mais interessante de um meio como este.
Teme-se que outros sigam a via da desistência. Recentemente tenho reparado que o dizer bem, o esplanar e o urso manhoso, andam arredados do terreno.
Espero não ter que os tirar da lista aqui do lado.
Até logo.
JTD

segunda-feira, 4 de julho de 2005

Salão Erótico de Lisboa (outra vez)

No dia 8 de Junho coloquei aqui um comentário ao Salão Erótico de Lisboa. A imagem que o ilustrava suscitou um veemente protesto da minha amiga e colega de blogue Ana Lúcia Fernandes, apelando ao elenco feminino (Raquel Rainho) no sentido do exercício do direito à indignação face ao meu comentário machista (diz ela).
Minha querida Ana, devo esclarecer que não pus os pés no referido certame. Nem nunca foi minha intenção fazê-lo. A sexualidade vivo-a na intimidade, como acho que deve ser. O post serviu apenas para fazer uma brincadeira com os candidatos lisboetas à presidência da câmara. Se calhar sem sucesso, já que o que ficou foi a alegada alarvidade da imagem que encimava o comentário (confesso que foi para fazer subir as audiências).
Quanto à democratização da colocação de "bonecos" nesta página, faz favor. É só botar eles aí no pedaço. Não há interdições nem linhas de orientação previamente delineadas. Liberdade total. Fez-se Abril para quê?!
JTD

Circo autárquico

Ou muito me engano ou a campanha eleitoral para as autarquias locais vai atingir níveis nunca antes alcançados.
Basta olhar para as listas propostas e seus apoios para perceber-mos que o circo se aproxima.
Falo das zonas onde circulo: Lisboa e Setúbal, mas poderíamos alargar a festa a Oeiras, Gondomar ou Amarante, só para mencionarmos as mais mediáticas.
Gostava, contudo, de insidir sobre a campanha na minha área geográfica.
Assim: em Lisboa o desespero está a atingir o decoro de Carrilho. Dispara em todas as direcções. De um candidato com a dimensão cultural do professor esperava-se mais. As atitudes que exibe são próprias de políticos vulgares. Provincianos.
Em Palmela é anunciada com pompa a candidatura de Octávio Malvado, perdão, Machado. E quem se disponibiliza para o apoiar? Edgar Costa, ex-presidente da autarquia eleito pelo PCP, Jaime Pacheco, treinador de futebol, conhecido pela sua constante actividade cívica e política, e o fabuloso, o extraordinário, o cidadâo superior - Toy. Esse mesmo, o destemido cantor de intervenção, como já foi chamado por um orgão de informação da câmara de Setúbal, vai apoiar o candidato do PSD em Palmela. Mudou de ideário político? Nada disso, como ser superior que é, apoia quem quer - Em Palmela o inenarrável Octávio. Em Setúbal Carlos de Sousa, apostando na continuidade.
Agora a sério: o que está em causa não é a criatura apoiar quem quer, mas sim como é que alguém com a mínima formação cultural (deve ser mesmo mínima) requer o seu apoio. Esperemos que em Palmela não tenha oportunidade para dizer o que disse após o resultado das anteriores eleições camarárias, atribuindo a si próprio a maioritária votação na CDU. Claro que é muito pouco provável, mas não deixa de causar um arrepio imaginar Octávio Malvado, perdão, Machado, eleito como autarca. Livra!
JTD

domingo, 3 de julho de 2005

O Retrato de uma sociedade

Já cá se sabe que aprecio os textos de Luís Sequeira no Abnegado. São opiniões lúcidas e com sentido de oportunidade. Em "O Retrato de uma sociedade" fiquei a saber que o PPM é actualmente uma sociedade unipessoal, gerida por um fadista e engrossada pela sua família e amigos. Fiquei a saber também que esses amigos são gente de uma invulgar qualidade.
José Castelo Branco candidato à autarquia de Sintra, já!
JTD